Heráldica dos Castro da Penha Verde
via SOS Capuchos de RS em 09/02/09
De acordo com a obra "Armorial Lusitano", de António Machado de Feria, são três as composições heráldicas associadas ao nome dos Castro. Assim, a primeiro distinção que normalmente se faz entre os vários ramos da família é entre "legítimos" e "ilegítimos", o que do ponto de vista das armas aparece diferenciado pelo número de arruelas, que são em número de 13 (3+3+3+3+1) no caso do ramo legítimo e 6 (2+2+2) no caso dos Castro "ilegítimos". Diferencia-se ainda na cor do fundo, pois se no primeiro caso ele é de ouro, no segundo é de prata.
A família da Penha Verde pertence precisamente a este segundo ramo, que por sua vez se subdivide novamente em dois. Do ponto de vista heráldico, os C
astro da Penha Verde ostentam um brasão semelhante aos outros Castro "ilegítimos", com a diferença a residir no "timbre", onde aparece nas garras do "leão de ouro" a roda de navalhas, instrumento do martírio de Santa Catarina de Alexandria, virgem e mártir, sua padroeira.
No interior do Convento dos Capuchos da Serra de Sintra (fundado em 1560 por sua vontade, cumprida por D.Álvaro de Castro, seu filho), mais precisamente na Igreja conventual, existe numa velha lápide de mármore, alusiva à fundação do Templo bem como aos Castro seus fundadores, uma representação das armas da família da Penha Verde. É curiosa esta variação da composição, pois o "leão de ouro" desaparece, ficando o escudo encimado por uma coroa e, sobre ela, a roda de navalhas de Santa Catarina.
Catarina, a virgem mártir de Alexandria e do Sinai, é aliás um elemento central na vida da família da Penha Verde, razão pela qual a roda do seu martírio se encontra patente em lugar de destaque no brasão. D.Álvaro, filho de D.João e fundador do Convento dos Capuchos - no cumprimento da vontade do seu pai - foi armado cavaleiro em Tur-Sinai (1541), não muito longe do monte sagrado da tradição judaíco-cristã para onde, segundo a tradição, o corpo da santa foi transportado por anjos (razão pela qual ali existe um mosteiro de Santa Catarina do Sinai).
A devoção dos Castro à sua padroeira resultou na edificação, dentro dos muros da sua Quinta em Sintra, de uma capela dedicada à santa (a terceira), localizada num monte com o seu nome (antigo Monte das Alvíssaras), qual Sinai sintrense. O sonho de Dom João para a sua Penha Verde - antiga Quinta da Fonte d'El Rei - apenas foi concretizado entre 1640 e 1651, quando D.Francisco de Castro, Bispo da Guarda e Inquisidor Mor, conclui as obras nos jardins, dando expressão prática aos desejos manifestados pelo Vice-Rei em carta ao seu intimo amigo, o Infante D.Luís: "encher estes picos da Serra de Sintra de Ermidas". ("Dom João de Castro e o Universalismo da Cultura Portuguesa, por Frederica Chichorro).
Outras pedras de armas semelhante à da Igreja do Convento dos Capuchos encontram-se na no portão principal da Quinta da Penha Verde e na Fonte d'El Rei, localizada muito perto do referido portão, na berma da estrada (ver imagem em cima).
Bibliografia:
Chichorro, F. (1996) - "D.João de Castro e o Universalismo da Cultura Portuguesa" (PDF)
Feria, António Machado - "Armorial Lusitano"
A família da Penha Verde pertence precisamente a este segundo ramo, que por sua vez se subdivide novamente em dois. Do ponto de vista heráldico, os C
astro da Penha Verde ostentam um brasão semelhante aos outros Castro "ilegítimos", com a diferença a residir no "timbre", onde aparece nas garras do "leão de ouro" a roda de navalhas, instrumento do martírio de Santa Catarina de Alexandria, virgem e mártir, sua padroeira.
No interior do Convento dos Capuchos da Serra de Sintra (fundado em 1560 por sua vontade, cumprida por D.Álvaro de Castro, seu filho), mais precisamente na Igreja conventual, existe numa velha lápide de mármore, alusiva à fundação do Templo bem como aos Castro seus fundadores, uma representação das armas da família da Penha Verde. É curiosa esta variação da composição, pois o "leão de ouro" desaparece, ficando o escudo encimado por uma coroa e, sobre ela, a roda de navalhas de Santa Catarina.
Catarina, a virgem mártir de Alexandria e do Sinai, é aliás um elemento central na vida da família da Penha Verde, razão pela qual a roda do seu martírio se encontra patente em lugar de destaque no brasão. D.Álvaro, filho de D.João e fundador do Convento dos Capuchos - no cumprimento da vontade do seu pai - foi armado cavaleiro em Tur-Sinai (1541), não muito longe do monte sagrado da tradição judaíco-cristã para onde, segundo a tradição, o corpo da santa foi transportado por anjos (razão pela qual ali existe um mosteiro de Santa Catarina do Sinai).
A devoção dos Castro à sua padroeira resultou na edificação, dentro dos muros da sua Quinta em Sintra, de uma capela dedicada à santa (a terceira), localizada num monte com o seu nome (antigo Monte das Alvíssaras), qual Sinai sintrense. O sonho de Dom João para a sua Penha Verde - antiga Quinta da Fonte d'El Rei - apenas foi concretizado entre 1640 e 1651, quando D.Francisco de Castro, Bispo da Guarda e Inquisidor Mor, conclui as obras nos jardins, dando expressão prática aos desejos manifestados pelo Vice-Rei em carta ao seu intimo amigo, o Infante D.Luís: "encher estes picos da Serra de Sintra de Ermidas". ("Dom João de Castro e o Universalismo da Cultura Portuguesa, por Frederica Chichorro).
Outras pedras de armas semelhante à da Igreja do Convento dos Capuchos encontram-se na no portão principal da Quinta da Penha Verde e na Fonte d'El Rei, localizada muito perto do referido portão, na berma da estrada (ver imagem em cima).
Bibliografia:
Chichorro, F. (1996) - "D.João de Castro e o Universalismo da Cultura Portuguesa" (PDF)
Feria, António Machado - "Armorial Lusitano"
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