Em 1500 D. Manuel nomeou Pedro Álvares Cabral como capitão-mor da segunda armada que enviou para a Índia. Era constituída por treze navios nos quais embarcaram o escol da pilotagem portuguesa da época e uns 1200 a 1500 homens.
Sobre a constituição da armada as dúvidas que subsistem centram-se sobretudo no problema de saber quantas caravelas poderiam fazer parte da armada, pois a maioria dos navios eram naus equipadas com velas de pano redondo. Quanto aos destinos dos navios, eles iam com duas missões diferentes. A maioria ia para a Índia, sendo nove pertencentes ao rei e dois a particulares. De seguida apresentamos os nomes dos capitães de cada navio e as características de cada um.
Nos navios do rei seguiam: Pedro Álvares Cabral, na nau capitânia; Sancho de Tovar era o sota-capitão e ia na nau El-Rei, com cerca de 360 tonéis; Simão de Miranda de Azevedo; Aires Gomes da Silva ia numa nau que se afundou entre o Brasil e o cabo da Boa Esperança; Simão de Pina era capitão de uma nau que também se afundou entre o Brasil e o cabo da Boa Esperança; Vasco de Ataíde ia na nau que se afundou depois de deixar o arquipélago de Cabo Verde; Nicolau Coelho; Pedro de Ataíde capitaneava uma nau ou caravela redonda de nome São Pedro, de 70 tonéis; Gaspar de Lemos ia numa nau ou naveta com reforço de mantimentos, a qual regressou a Portugal depois da escala no Brasil, indo talvez destinada a esse fim ou a ser abandonada.
Um dos capitães das duas naus de armadores particulares era Nuno Leitão da Cunha, na Nossa Senhora da Anunciada, com cerca de 167 tonéis, que pertencia à parceria de D. Álvaro de Bragança com os banqueiros-mercadores Bartolomeu Marchioni, Girolamo Sernigi e António Salvago. O outro capitão era Luís Pires que ia na nau pertencente à parceria de D. Diogo da Silva de Meneses (1.º conde de Portalegre) e mercadores, que foi outro dos navios que se afundou entre o Brasil e o cabo da Boa Esperança.
"Breve História dos Descobrimentos e Expansão de Portugal", de José Manuel Garcia, Editorial Presença, 1999, pp. 67 e 68
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