Caminhos da Mineralogia (o século XVIII)
via Sopas de Pedra by A. M. Galopim de Carvalho on 1/3/10
O FIM DA PRÁTICA ALQUIMISTA sobre os minerais que a curiosidade dos naturalistas ia descobrindo, coincide com as primeiras classificações mineralógicas, então referidas por sistemas mineralógicos ou, simplesmente, sistemas, com base em critérios químicos surgidos ao longo do século XVIII. Entre os vários sistemas propostos nesta época, por diversos autores (Cronstedt, Vallerio, Lineu), sobressai o do sueco Torbern Olof Bergman, do qual foi feita uma tradução para português, em 1799, por Andrade Machado.
Durante este século e numa frutuosa parceria com a química inorgânica, acentuam-se os progressos na mineralogia a par de uma nova disciplina sua complementar – a cristalografia. Foi principal protagonista desta fase galopante do conhecimento dos minerais e dos cristais o eclesiástico francês, René-Just Haüy (1743 - 1822). No seu Tratado de Mineralogia, este professor da Faculdade de Ciências e do Museu Nacional de História Natural de Paris descreveu mais de uma centena de espécies minerais e inovou o estudo dos respectivos cristais por via geométrica e matemática, dando nascimento à chamada cristalografia morfológica. Ao definir a espécie mineral, em simultâneo, pelas suas características químicas e cristalográficas, o Abade Haüy é considerado o fundador da mineralogia como ciência exacta.
Na mesma época, na Alemanha, Abrahan Gottlob Werner (1750 – 1817), descreveu numerosas espécies minerais, defendendo que estas se caracterizam pelas suas propriedades físicas associadas às respectivas composições químicas. Entre os discípulos mais notados deste que foi professor da Academia de Minas de Feiberga, encontra-se o luso-descendente, mineralogista e geólogo José Bonifácio de Andrada e Silva (1763 – 1838). Naturalista de formação, ensinou na Universidade de Coimbra e teve papel importante nas áreas da prospecção e exploração mineiras em Portugal. Mais conhecido como político, Andrada e Silva deixa o seu nome ligado à independência do Brasil. Como mineralogista deve-se-lhe a descoberta de novos minerais. A variedade de granada conhecida por andradite, foi assim chamada, em sua homenagem, pelo grande mineralogista americano, James Dwight Dana.
Publicado no «DN» de 26 Dez 09
Durante este século e numa frutuosa parceria com a química inorgânica, acentuam-se os progressos na mineralogia a par de uma nova disciplina sua complementar – a cristalografia. Foi principal protagonista desta fase galopante do conhecimento dos minerais e dos cristais o eclesiástico francês, René-Just Haüy (1743 - 1822). No seu Tratado de Mineralogia, este professor da Faculdade de Ciências e do Museu Nacional de História Natural de Paris descreveu mais de uma centena de espécies minerais e inovou o estudo dos respectivos cristais por via geométrica e matemática, dando nascimento à chamada cristalografia morfológica. Ao definir a espécie mineral, em simultâneo, pelas suas características químicas e cristalográficas, o Abade Haüy é considerado o fundador da mineralogia como ciência exacta.
Na mesma época, na Alemanha, Abrahan Gottlob Werner (1750 – 1817), descreveu numerosas espécies minerais, defendendo que estas se caracterizam pelas suas propriedades físicas associadas às respectivas composições químicas. Entre os discípulos mais notados deste que foi professor da Academia de Minas de Feiberga, encontra-se o luso-descendente, mineralogista e geólogo José Bonifácio de Andrada e Silva (1763 – 1838). Naturalista de formação, ensinou na Universidade de Coimbra e teve papel importante nas áreas da prospecção e exploração mineiras em Portugal. Mais conhecido como político, Andrada e Silva deixa o seu nome ligado à independência do Brasil. Como mineralogista deve-se-lhe a descoberta de novos minerais. A variedade de granada conhecida por andradite, foi assim chamada, em sua homenagem, pelo grande mineralogista americano, James Dwight Dana.
Publicado no «DN» de 26 Dez 09
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