Enviado para você por Rui Moio através do Google Reader:
"O meu ódio, grande, entranhado e único na minha vida, ao Marquês de
Pombal não procede do afecto ao padre nem do desagravo da religião: é por
amor ao homem. Reconhece que a realidade dos factos foi sacrificada a uma
bandeira que lhe emprestaram, porque a Democracia... repele o meu livro da
sua estante de história, e não lhe dará sequer a importância de o ler. Quanto a
refutá-lo, a Democracia não gosta de ilaquear as suas teorias abstractas na
rede da pequena história, feita das malhas dos argumentos sediços. Ela tem
uma ideia, um simbolismo a que chamou – Marquês de Pombal, adulterando-o
até às condições fabulosas do mito... se os ultra-liberais de 1882 estão com o
Marquês de Pombal, quem nos afirma que as confederações republicanas e
ateístas de 1982 não hão-de estar com os jesuítas? As situações parecem-me
equivalentes nas paralelas do absurdo" (Camilo Castelo Branco, ao fazer o
Perfil do Marquês de Pombal). 1882
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