FEIRA INTERNACIONAL DE MINERAIS, GEMAS E FÓSSEIS
via Sopas de Pedra de A. M. Galopim de Carvalho em 27/11/08
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O GOSTO PELOS MINERAIS e pelos fósseis pode nascer na escola, no seio da família, num passeio pelo campo ou numa visita a um museu. Esse gosto resulta quase sempre da atracção despertada, quer pelas formas cristalinas dos minerais, suas cores e brilhos, quer pela grande beleza das muitas variedades de restos de seres vivos petrificados. Dessa atracção nasce, por vezes, o interesse em saber-se algo mais acerca deles: nome, composição, origem, utilidade.
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Como testemunhos da longa história da Terra e à semelhança de um qualquer documento, as rochas podem ser lidas. E entre as letras que permitem essa leitura estão os minerais e os fósseis. Decifrar a história do nosso planeta passa, pois, por conhecer os minerais e os fósseis. Mas estes objectos naturais valem também por si. Sobre os minerais assentou a vida económica de todos os tempos. Eles estiveram e estão no nosso quotidiano, dos utensílios de sílex dos nossos mais primitivos antepassados, aos minérios de cobre e de estanho da idade do bronze, aos de nióbio e de titânio das naves espaciais, ao quartzo do relógio que trazemos no pulso. Grande parte dos objectos que nos rodeiam tem nos minerais a principal matéria-prima. Da mais rudimentar ferramenta ao bisturi do cirurgião, da pulseira de pechisbeque à tiara de diamantes, dos tijolos secos ao sol, ao betão, alumínio e vidro dos arranha-céus da sociedade de consumo, toda a civilização assentou e assenta no conhecimento dos minerais. Por seu lado, os fósseis mostram-nos muitos dos elos da cadeia evolutiva dos nossos antepassados, desde os mais próximos primatas aos mais recuados vertebrados marinhos, passando pelos dinossáurios e por uma infinidade de invertebrados, de vegetais e até de bactérias.
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Muitos são hoje, entre nós, os profissionais e os amadores-coleccionadores atraídos pelas respectivas disciplinas, na sequência de uma visita a uma Feira de Minerais, como as que têm tido lugar, ininterruptamente, no Museu Nacional de História Natural da Universidade de Lisboa, desde 1989, ano do primeiro deste tipo de certames realizado em Portugal. Imediatamente aceite por um largo sector da população, esta importante manifestação cultural criou e desenvolveu uma clientela de onde saíram e continuam a sair coleccionadores e amadores, em número considerável, além de que despertou vocações para licenciaturas na área das Ciências da Terra. É reconfortante sentir o pulsar da grande sala repleta de crianças e adolescentes e, ainda mais, ver chegar-nos aqui um estudante universitário ou um jovem licenciado e dizer-nos, feliz: «Sabe, foi aqui que me decidi pela licenciatura em Geologia».
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.A Feira Internacional de Minerais Gemas e Fósseis de Lisboa, este ano na sua 22ªedição, dedicada aos minerais fluorescentes, vai ter lugar entre 5 e 8 de Dezembro próximo, esperando-se um número de visitantes próximo da dezena de milhar, na confirmação da linha ascensional que tem caracterizado a sua história. O gosto pelos minerais e pelos fósseis instalou-se em Portugal e, tanto assim é, que este certame já se realiza, com regularidade anual, no Porto, em Coimbra e em Oeiras, tendo-se repetido, esporadicamente, em Aveiro, Angra do Heroísmo, Braga, Évora, Ponta Delgada, Vila Real e este ano, pela primeira vez, em Mangualde.
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Ao publicitar esta que vai ser mais uma festa da Mineralogia e da Paleontologia, na cidade de Lisboa, desejo evocar a memória de Luís Teixeira Leite, mineralogista amador e coleccionador, cuja excepcional competência e qualidades humanas foram decisivas para introduzir em Portugal este tipo de certames. Bem relacionado com profissionais, universidades e museus dos quatro cantos do mundo, o desaparecimento precoce deste nosso amigo e colaborador, ocorrido vai para treze anos, constitui, para nós, uma perda irreparável, particularmente sentida nesta época.
Ao publicitar esta que vai ser mais uma festa da Mineralogia e da Paleontologia, na cidade de Lisboa, desejo evocar a memória de Luís Teixeira Leite, mineralogista amador e coleccionador, cuja excepcional competência e qualidades humanas foram decisivas para introduzir em Portugal este tipo de certames. Bem relacionado com profissionais, universidades e museus dos quatro cantos do mundo, o desaparecimento precoce deste nosso amigo e colaborador, ocorrido vai para treze anos, constitui, para nós, uma perda irreparável, particularmente sentida nesta época.
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