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via INCONFORMISTA.INFO de Miguel Vaz em 04/06/08
"Depois de chegados à superprodução e à condição de nações que, demográfica ou industrialmente, «não têm espaço», impõe-se uma saída e, onde a «guerra indirecta» e as acções diplomáticas não forem suficientes, passa-se às acções militares, que têm, aos nossos olhos, um significado extremamente mais baixo que o que podem ter tido as invasões bárbaras. Este género de subversão tem atingido, no decorrer dos últimos tempos, proporções mundiais, sob a cobertura da retórica mais hipócrita. Têm sido mobilizadas as grandes ideias da «humanidade», da «democracia» e da «liberdade dos povos», enquanto por um lado - no plano exterior - (…) se fez descer o ideal heróico ao nível policial, porque as novas «cruzadas» não souberam encontrar uma bandeira melhor que a de uma «acção contra o agressor»; e, do lado interior, para além das fumaças desta retórica, a única força determinante tem sido a vontade de poder brutal e cínico de obscuras forças capitalistas e colectivistas internacionais.Ao mesmo tempo, a «ciência» conduziu a uma extrema mecanização e «tecnicização» da aventura guerreira, pelo que hoje em dia não é tanto o homem que combate contra o outro homem, mas sim é a máquina que combate contra o homem, sendo em caso limite utilizados - com a guerra aérea «total» indiscriminada, com as armas atómicas e as armas químicas - sistemas racionais de extremínio em massa, obscuros e inexoráveis, sistemas que anteriormente só podiam ser concebidos para aniquilar micróbios ou insectos. Que milhões e milhões de homens, arrancados maciçamente a ocupações e vocações completamente estranhas às do guerreiro, tenham sido feitos literalmente, como se diz na gíria técnica militar, «material humano», e morram em aventuras semelhantes - isto sim, é que é uma coisa santa e digna do nível actualmente atingido pelos «progressos da civilização». O que julgar de acordo com os valores da «outra margem» não chegará na maior parte dos casos, a ver muito mais, no sangue que corre pelos campos, que o adubo de que a terra precisa."
Julius Evola
in "Revolta Contra o Mundo Moderno", Publicações Dom Quixote (1989)
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