Enviado para você por Rui Moio através do Google Reader:
Dos anos seguintes, temos escassas notícias do nosso escudeiro, e sabemos simplesmente que as conservou ao serviço de D. Afonso V até à sua morte. Diz-nos Gaspar Corrêa, que ele havia deixado na Covilhã mulher e família, da qual se lembrava na Abissínia muitos anos depois, mandando-lhe uma certa soma de dinheiro pelos portugueses da embaixada de D. Rodrigo de Lima. […]
Por morte de D. Afonso V, Pêro da Covilhã, passou para o serviço de D. João II, na qualidade de escudeiro da guarda. […]
Não sabemos, se Pêro da Covilhã foi mandado andar em Espanha logo depois da prisão do duque de Bragança, ou no ano seguinte, na ocasião da morte do duque de Viseu; mas no último caso não se demorou ali muito, pois – como vamos ver – teve tempo de fazer duas viagens à Berbéria, antes do ano de 1487.
Também estas duas viagens não podem ter sido muito demoradas, atendendo à estreiteza do tempo; e não é de crer, que unicamente em duas passagens rápidas pelas terras dos mouros ele aprendesse a língua arábica. É mais fácil admitir, que fosse justamente escolhido para aquelas missões por ter já algumas tinturas da língua, alcançadas naturalmente na Andaluzia, onde os moriscos eram ainda então numerosos, e andavam mais ou menos pacificamente mesclados com os cristãos.
"Viagens de Pêro da Covilhã", Conde Ficalho, ed. Viagens Alma Azul, Outubro 2004
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