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De tudo isto, podemos, me parece, concluir com segurança, contra a opinião de Damião de Góis, do padre Teles, de Ludolf, do padre Kircher e de vários outros, que Pêro da Covilhã e Afonso de Paiva não encontraram casualmente na África o que deviam procurar na Ásia; mas pelo contrário saíram já de Portugal – pelo menos um deles – expressamente enviados à Etiópia.
Não quero com isto dizer, que em Portugal se soubesse então muito nitidamente o que era a Etiópia, ou se conhecessem os seus limites. Aquele nome fora sempre – como dissemos já – e conservava-se ainda muito vago. Podia pois facilmente imaginar-se, que o rei da Etiópia ou Preste João exercesse algum domínio, ou pelo menos alguma influência na Índia. Sobre todos estes pontos se deviam ter ideias confusas, e em grande parte erradas; mas, em todo o caso, admitia-se, que o Preste João era um rei da África oriental, soberano dos conhecidos padres abexins.
A este rei da Abissínia ia directamente dirigido um dos escudeiros de D. João II, segundo parece Afonso de Paiva.
"Viagens de Pêro da Covilhã", Conde Ficalho, ed. Viagens Alma Azul, Outubro 2004
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