quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Somos um povo livre

Somos um povo livre

via INCONFORMISTA.INFO de harms em 06/02/09
«Somos um povo livre, e somo-lo sem que em nada o Acaso, erguido em Deus supremo, nos haja inventado, nem o imprevisto as circunstâncias nos furtasse áquela incorporação fatalista que, com base logo nos motivos geográficos e étnicos, nos subalterniza à hegemonia governativa de Castela. Precisamente, a geografia e a antropologia, o Meio e a População, o Território e a Raça, nos tornam, tão longe que se possa remontar, uma realidade inconfundível por força dos mais antagónicos determinismos físicos e históricos.»

António Sardinha
in "O Território e a Raça".

Uma biografia conveniente

Uma biografia conveniente

via Caminhos da Memória de Caminhos da Memória em 24/02/09
Um texto de Jorge Martins (*) Ele costumava dizer que sabia bem o que queria. Em público era firme e determinado Em privado era afável e humilde. Dava o exemplo, calçando as suas botas remendadas até que os buracos não tivessem conserto. Preferia a tranquilidade do campo ao buliço da cidade. Privava com a serventia, desde [...]

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Migrações e Relações Internacionais

Migrações e Relações Internacionais

via Jacarandá de noreply@blogger.com (António Barreto) em 19/02/09
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O TEMA SUGERE IMEDIATAMENTE uma pergunta: quais são os nexos, as causas, os efeitos e as implicações existentes entre as migrações e as relações internacionais? A minha resposta simples é a seguinte: podem ser de toda a espécie, de intensas a inexistentes. As migrações podem, ou não, influenciar as relações internacionais. Estas podem, ou não, ter consequências nas migrações. Uma observação da história revela a existência de várias relações, de causa e efeito, num ou noutro sentido. Relações internacionais, entre dois ou mais países, dentro de uma ou mais regiões, podem conduzir a migrações casuais ou permanentes, como podem não ter especial influência nesses movimentos de população. Países ou grupo de países com relações intensas, nomeadamente económicas, ou até políticas, podem ser também o ponto de partida ou de chegada de fluxos migratórios volumosos, como podem desconhecer esse movimento de população. Inversamente, migrações humanas entre vários países e diversas regiões podem forjar um certo tipo de relações internacionais, de cooperação, como podem estar na origem de outros tipos de relações internacionais, de conflito. Como também podem ter reduzida influência no modo como se constroem e praticam as relações entre Estados. Em poucas palavras, posso concluir que não existe regra ou lei que estabeleça efeitos ou características permanentes e necessárias entre as migrações e as relações internacionais. Esta, a resposta simples. Como veremos mais adiante, a resposta pode ser bem mais complexa.
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Texto integral [aqui]

J.H. da Cunha Rivara: O orientalista português faz 200 anos

via Folhas de História de História - Mestra da Vida em 20/02/09
Ao contrário de portugueses com mentalidade colonial e interessados em implantar a língua portuguesa, ignorando ou desprezando as culturas nativas, Cunha Rivara acreditava que a língua portuguesa só podia ser melhor difundida em Goa através das línguas vernáculas dos goeses, nomeadamente o Concani e o Marata, como meio da instrução pública. Para [...]

A Obra das Mães e a caridadezinha

A Obra das Mães e a caridadezinha

via Caminhos da Memória de Irene Pimentel em 18/02/09
Uma das preocupações do Estado Novo, no seu início de jornada, nos anos trinta, prendeu-se com o desejo de enquadramento e organização de estratos da população, por idade e por sexo. Em 1936, o ministro da «Educação Nacional», Carneiro Pacheco criou a primeira organização estatal de mulheres, a Obra das Mães pela Educação Nacional (OMEN), [...]

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Descifrando el pensamiento del nuevo presidente de Estados Unidos

Descifrando el pensamiento del nuevo presidente de Estados Unidos

via Alejandro el Grande de samehellas@gmail.com (Same) em 31/01/09

No es demasiado difícil. Después de su toma de posesión, Barack Obama declaró que la devolución del territorio ocupado por la Base Naval de Guantánamo a su legítimo dueño debía sopesar, en primer término, si afectaba o no en lo más mínimo, la capacidad defensiva de Estados Unidos.

Añadía de inmediato, que respecto a la devolución a Cuba del territorio ocupado por la misma, debía considerar bajo qué concesiones la parte cubana accedería a esa solución, lo cual equivale a la exigencia de un cambio en su sistema político, un precio contra el cual Cuba ha luchado durante medio siglo.

Mantener una base militar en Cuba contra la voluntad de nuestro pueblo, viola los más elementales principios del derecho internacional. Es una facultad del Presidente de Estados Unidos acatar esa norma sin condición alguna. No respetarla constituye un acto de soberbia y un abuso de su inmenso poder contra un pequeño país.

Si se desea comprender mejor el carácter abusivo del poder del imperio debe tomarse en cuenta las declaraciones publicadas en el sitio oficial de Internet por el gobierno de Estados Unidos el 22 de enero de 2009, después del acceso al mando, de Barack Obama. Biden y Obama deciden apoyar resueltamente la relación entre Estados Unidos e Israel, y consideran que el incontrovertible compromiso en Oriente Medio debe ser la seguridad de Israel, el principal aliado de Estados Unidos en la región.

Estados Unidos nunca se distanciará de Israel y su presidente y vicepresidente "creen resueltamente en el derecho de Israel de proteger sus ciudadanos", asegura la declaración de principios, que retoma en esos puntos la política seguida por el gobierno del predecesor de Obama, George W. Bush.

Es el modo de compartir el genocidio contra los palestinos en que ha caído nuestro amigo Obama. Edulcorantes similares ofrece a Rusia, China, Europa, América Latina y el resto del mundo, después que Estados Unidos convirtió a Israel en una importante potencia nuclear que absorbe cada año una parte significativa de las exportaciones de la próspera industria militar del imperio, con lo cual amenaza, con una violencia extrema, a la población de todos los países de fe musulmana.

Ejemplos parecidos abundan, no hace falta ser adivino. Léase, para más ilustración, las declaraciones del nuevo Jefe del Pentágono, experto en asuntos bélicos.

Fidel Castro Ruz
29 de enero de 2009
6 y 17 p.m.

No adeus a Stella Piteira Santos

via As Causas da Júlia de juliacoutinho@gmail.com (Júlia Coutinho) em 23/01/09
(1 Jun 1917 - 22 Jan 2009)
Foi hoje o funeral. Dissemos adeus a uma mulher de excepção, uma lutadora consequente, uma resistente a todas as formas de opressão. A sua vida é um exemplo. Por direito próprio, Stella Piteira Santos vai ficar na História das Mulheres Portuguesas do século XX. Alimentou afectos. Abriu caminhos e furjou futuros.
Uma mulher que contactei quando em 2005 fundámos o movimento cívico Não Apaguem a Memória e que foi das primeiras a assinar o nosso Manifesto. Interventiva e actuante até ao fim.
Aqui ficam as palavras de sua filha, M Antónia Fiadeiro, aquando dos seus 90 anos e publicadas no Referencial, boletim da Associação 25 de Abril, em Junho de 2007.

Stella Piteira Santos, uma vida de 90 anos
Este é o dia do aniversário dos teus 90 anos. Nasceste no princípio do século passado, em 1917, o ano das grandes utopias socialistas na Europa, utopias a que aderiste, aos dezassete anos, eras uma menina, quando te casaste com o nosso pai, Inácio Fiadeiro. O teu pai médico militar estava na Flandres, em França, fazendo a 1ª Grande Guerra e foi ele que telegrafou para a tua mãe o nome que viria a ser o teu: Stella. A tua mãe, Maria do Carmo Bicker fora de Lagoa para Portimão para poder dar-te à luz nas melhores condições de saúde e de apoio familiar. O Algarve é a tua terra, como sempre dizes, com veemente alegria. O Algarve outrora das amendoeiras em flor, hoje dos longos aloendros floridos.
Casaste uma segunda vez, em 1948, com Fernando Piteira Santos, um amigo e companheiro de lutas estudantis políticas, que fora padrinho de tua filha (eu própria, nascida em 1942) que viera, uns tempos antes, da cadeia Forte de Peniche. Foste então viver para a Amadora, a sua cidade natal, então uma vila. Viveste com o Fernando durante 44 anos, como tantas vezes sublinhas, para salientar o teu marido-companheiro-de-uma-vida, que sempre acompanhaste corajosamente, nos seus escritos e nas suas lutas políticas, até à sua morte inesperada, em 1992, aos 74 anos. Foste uma esposa dedicada, abnegada, que respeitou e ajudou com coragem e determinação as actividades pela liberdade e contra a ditadura em Portugal, que durou tantos anos, tantos anos, quase 50 anos. Sempre fiz tudo para que ele pudesse fazer a sua vida política. A minha, fazia-a com ele. Tudo era mesmo tudo. Fazias de motorista, de secretária, de telefonista, passavas à máquina os manuscritos, fazias pesquisas na Biblioteca Nacional, além de assegurares a gestão e a contabilidade domésticas. Duplas e triplas tarefas. Estiveste presa, foste refém, quase dois meses, em Caxias. Acompanhaste-o no longo exílio de quase 13 anos, onde sempre exerceste a profissão que já tinhas em Portugal, a de secretária bilingue executiva, em grandes empresas, como a Siemens, por exemplo. Foste funcionária do Ministério de Turismo da Argélia de Bem Bella. Ocupaste, pois, como profissional, cá e lá, cargos de confiança e de responsabilidade, onde sempre te reconheceram a lealdade e a competência.
Foste, desde jovem, uma nova mulher moderna. Completaste o 7º ano já com dois filhos pequenos, tinhas carta de condução desde os 40 e guiaste até ao novo milénio. Trabalhavas fora de casa, fumavas (tens um enfisema pulmonar), vestias calças compridas sempre que te apetecia e também escrevias à máquina em casa (uma portátil que pesa «toneladas»), quase sempre à noite, durante 44 anos, praticamente.
Participaste em 1938, grávida de teu primeiro filho, com 21 anos, na fuga do Aljube do António, o mítico Pável, então do Comité Central do Partido Comunista Português, uma fuga histórica, muito pouco falada, mas muito bem sucedida. Foi por causa dele que deram o nome de António ao vosso filho (nascido em Setembro de 1938) cujo padrinho foi o Cunhal, então vosso companheiro e amigo. É por isso que o meu irmão se chama António e é por causa do meu irmão que eu me chamo Maria… Antónia… Éramos, somos, fomos «os Toninhos». A história da nossa família funde-se intimamente com a história política antifascista de Portugal, ou, se preferires, cruza-se perigosamente. Dois anos antes, em 1936, no ano da Guerra Civil de Espanha – houve grandes e devastadoras guerras na Europa do Século XX – foste sócia fundadora da Associação Feminina Portuguesa para a Paz. Foste uma jovem cidadã interveniente, uma adolescente emancipada. Mais tarde, em meados dos anos 40, aderiste ao Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, era então presidente Maria da Conceição Vassalo e Silva da Cunha Lamas, a mítica Maria Lamas, tua amiga. Foste uma nova mulher, uma mulher moderna. Ainda és uma avó moderna e uma bisavó moderna.
Completares, hoje, dia 1 de Junho de 2007, 90 anos, de uma forma lúcida, afável e tão comunicativa, é também uma grande prova de resistência moral e física. O exercício da tua livre vontade em vires para aqui, onde já «moras» há um ano, e largares a tua casa com jardim, em frente à Gulbenkian, as tuas mobílias, os teus objectos, as tuas jóias, os teus papéis, as tuas panelas, as tuas coisas, enfim, foi uma surpresa para nós todos, filhos, netos e amigos e, porventura, foi também uma grande surpresa para ti. Foi uma grande coragem. Com a mesma coragem com que enfrentavas a polícia, recusaste o isolamento. Presa à vida e agarrada ao telemóvel, soubeste desprender-te. Não te bastava viver, querias conviver. A sobrevivência à repressão, à censura e ao medo, face à banalidade da ditadura, tinha sido diária e muito, muito longa.
Aqui, tens um quarto que é teu e para onde pediste que te trouxesse, uma cómoda que era da tua mãe; duas cadeiras de braços em esquina, que pertenceram à casa dos teus bisavós; uma pequena aguarela com uma chaminé e uma buganvília do Algarve cheio de sol; uma pequena pintura, muito escura do Cunhal pai, uma família amiga da família dos teus pais; a foto de casamento de teus pais; uma foto do teu marido, Fernando Piteira Santos, na antiquíssima moldura que já fora de sua mãe Leonilde; fotos dos filhos, dos netos e dos bisnetos, uma foto do teu neto, João, artista coreógrafo e bailarino, em palco; uma carta com uma aguarela da tua neta, Isabel, artista pintora na Mauritânia; uma foto do casamento do teu neto Pedro; a reprodução do brasão da tua família do lado Bicker e uma fotografia oficial, em que recebes das mãos do Presidente Jorge Sampaio, no início deste milénio, a insígnia da Ordem da Liberdade. Ah! E é claro, as tuas toilletes, o teu guarda-roupa. E, claro, as tuas bijutarias, as tuas fantasias e as tuas bugigangas.
Com estes poucos pertences e os muitos cuidados que aqui tens, manténs a tua proverbial elegância e o teu sorriso radioso, uma cara laroca, às vezes, de uma exigência extrema, com modos de muito mando, em legítima defesa, como comentas sibilinamente. Experiências de autoritarismo adquiridas na dura luta dos antigamentes, como insinuas, mais ou menos com estas palavras. Pequenos e plenos poderes perversos.
És uma senhora educada e conversadora, muito convivial, com quem se gosta de conversar e de rir, todos sabemos. Os amigos que reunimos hoje à tua volta e muitos outros, admiram-te e apreciam-te e têm-te dado bastas provas disso. Sempre foste uma senhora inteligente e elegante, embora insistas, muito frequentemente, nos cabelos sem pente, sinal de rebeldia intrínseca.
Stella Piteira Santos. Conquistaste o direito à tua improvável biografia, contra ventos e marés preconceitos e estereótipo, um feito que te dá lugar, por mérito préprio, na História das Mulheres deste país, no século XX.
Tens aqui, comigo, hoje, amigos e amigas de longa duração. Amigas e amigos sem prazo de validade, de antes e depois de Abril, amizades que ainda cultivas e que também resistem ao tempo e aos tempos. A tua agenda de telefones, que dá nas vistas, bem grande, bem organizada e bem cheia (vestígios perenes do exercício da tua profissão?), tão cobiçada e tão útil, que trazes sempre contigo, na tua mala de senhora, junto com o telemóvel sempre activo, é uma enorme prova da tua ânsia de comunicação e de convívio. A democracia assim deve ser entendida: participativa, participante, comunicativa, tolerante. A democracia, quando nasce, é para todos.
Sempre foste uma resistente, em muitos sentidos, mãe, mas essa época acabou, com o século XX, o século assassino das grandes guerras e das pequenas e grandes ditaduras, na Europa. O futuro tem pressa e vem aí a alta velocidade digital. Há novos mundos na Europa do Ocidente e do Oriente. Já não há só novas mulheres. Há novos homens, novos jovens e novos pais, novas famílias que crescem. O tempo das pioneiras acabou no ocidente. Há países novos na Europa do século XXI. E em todo o mundo, novos países livres surgem. Há, também, muita pobreza, muita miséria, muita ignorância. Ainda não soubemos, nós os humanos, acabar com esse flagelo social. Intenso, tenso, embora para qualquer pessoa de bom senso a resolução da fome no mundo, seja um simples problema de aritmética.
Agora, tu que nunca te deitavas de dia na cama, já não resistes às sestas com oxigénio, mas ainda resistes dificilmente, heroicamente aos molhos e aos doces, tu que foste uma doceira e uma cozinheira de gabarito, embora nunca tivesses sabido fazer bifes… Porque é eu nunca me deste a receita da sopa de amêijoas brancas? Também, é verdade, que não resistes aos múltiplos mimos que te prodigalizam. És uma mimocas, dizem-me.
Estás dentro da razão, mãe. A verdadeira democravia promove e autoriza a liberdade das ideias e do pensamento, tal como a liberdade das emoções e dos sentimentos, e muitas, muitas outras liberdades vitais, como sabemos.
Mãe: estamos muito contentes com os teus 90 anos e com a presença dos teus amigos, entre os quais nós, os teus filhos, os Toninhos, se sentem incluídos. São as forças vivas do teu coração.
Esta festinha de aniversário dos teus 90 anos é uma homenagem à tua vida, Mãe. Muitos parabéns.
Maria Antónia Fiadeiro

domingo, 15 de fevereiro de 2009

“A Batalha de Diu, uma vingança pessoal”

“A Batalha de Diu, uma vingança pessoal”

via Carreira da Índia de Leonel Vicente em 14/02/09

Apesar de já estar substituído como vice-rei da Índia, D. Francisco de Almeida consegue ludibriar o novo representante do rei D. Manuel, Afonso de Albuquerque, e parte para Diu onde inflige uma derrota histórica aos Rumes, apenas para vingar a morte do filho, morto meses antes em Chaúl.

Para o comandante Saturnino Monteiro, (antigo professor da escola naval, autor da obra em oito volumes "Batalhas e Combates da Marinha Portuguesa" e um dos militares portugueses que participou na recuperação de Timor, em 1945, depois da saída dos japoneses) a Batalha de Diu, que se travou há 500 anos, a 3 de Fevereiro de 1509, foi "a mais importante de toda a História da Marinha Portuguesa e uma das mais importantes da História Naval Universal". Para este investigador e sob o ponto de vista estratégico esta batalha de aniquilamento "só encontra paralelo em Lepanto (1571), Aboukir (1798), Trafalgar (1805) ou Tsuchima (1905)" já que com esta vitória Portugal assegurava por quase um século, o domínio absoluto do oceano Índico.

Numa palestra realizada no dia 14 no Museu de Marinha, no âmbito das habituais "Conversas Informais", que aí se realizam aos segundos sábados de cada mês, Saturnino Monteiro explicou, não só os antecedentes desta empresa naval como, também, todo o desenrolar dos acontecimentos que levaram à estrondosa vitória da armada lusa.

A chegada dos portugueses ao Índico não foi pacífica já que para a maioria dos Rumes (nome geralmente dado a todos os habitantes muçulmanos desta região e que abrange árabes, mamelucos, turcos e indianos), e para os venezianos esta presença representava uma forte concorrência comercial.

Nesse contexto, Veneza irá apoiar com dinheiro e conhecimentos técnicos a construção de uma armada, construída em moldes europeus, capaz de fazer frente ao poderio naval português que será comandada por Mir-Hocem. Mesmo assim, Portugal beneficiava de vários factores, nomeadamente o facto de ter canhões de bronze, navios mais resistentes, uma infantaria bem preparada e couraçada e o inestimável apoio do rei de Cochim. O estabelecimento do comércio português nesta região foi, por isso, feito pela força.

Como antecedentes directos da batalha de Diu esteve, porém, um problema pessoal. Em Março de 1508, a frota de D. Lourenço de Almeida, filho do vice-rei, é atacada em Chaúl, pela armada de Mir-Hocem, beneficiando, também, de algum apoio de Meliqueaz, senhor de Diu, tendo D. Lourenço morrido durante a retirada portuguesa. Ambas as armadas ficaram muito danificadas, regressando a muçulmana a Diu e a portuguesa a Cochim.

Com uma poderosa armada, reforçada entretanto com mais naus que tinham chegado, por acaso de Lisboa, o vice-rei cessante dirige-se para Diu para vingar a morte do filho. A armada de Mir-Hoceim encontrava-se em formação, lado a lado, dentro do estreito canal de Diu, cuja entrada era guardada por dois fortes. Um pouco afastados, os fustes (embarcações ligeiras) de Diu estavam prontos a envolver a retaguarda da armada portuguesa. Provavelmente por indicação de João da Nola, homem experiente em confrontos navais que acompanhava a expedição, os navios portugueses entraram no canal em coluna, tendo ficado a nau Frol de La Mar e outras embarcações a bloquear a saída dos fustes.

Apesar de os portugueses terem começado por usar a artilharia, rapidamente passaram à abordagem e ao combate corpo a corpo.

Pelas cinco da tarde, a batalha estava ganha e os portugueses retiraram-se para o mar alto.

Apesar de, anteriormente, os presos portugueses de Chaúl terem sido bem tratados e entregues, a sede de vingança de D. Francisco de Almeida levou-o a matar de forma cruel todos os combatentes inimigos que nesse dia caíram nas mãos dos portugueses.

Margarida Magalhães Ramalho - Expresso

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Heráldica dos Castro da Penha Verde

Heráldica dos Castro da Penha Verde

via SOS Capuchos de RS em 09/02/09
De acordo com a obra "Armorial Lusitano", de António Machado de Feria, são três as composições heráldicas associadas ao nome dos Castro. Assim, a primeiro distinção que normalmente se faz entre os vários ramos da família é entre "legítimos" e "ilegítimos", o que do ponto de vista das armas aparece diferenciado pelo número de arruelas, que são em número de 13 (3+3+3+3+1) no caso do ramo legítimo e 6 (2+2+2) no caso dos Castro "ilegítimos". Diferencia-se ainda na cor do fundo, pois se no primeiro caso ele é de ouro, no segundo é de prata.

A família da Penha Verde pertence precisamente a este segundo ramo, que por sua vez se subdivide novamente em dois. Do ponto de vista heráldico, os C
astro da Penha Verde ostentam um brasão semelhante aos outros Castro "ilegítimos", com a diferença a residir no "timbre", onde aparece nas garras do "leão de ouro" a roda de navalhas, instrumento do martírio de Santa Catarina de Alexandria, virgem e mártir, sua padroeira.

No interior do Convento dos Capuchos da Serra de Sintra (fundado em 1560 por sua vontade, cumprida por D.Álvaro de Castro, seu filho), mais precisamente na Igreja conventual, existe numa velha lápide de mármore, alusiva à fundação do Templo bem como aos Castro seus fundadores, uma representação das armas da família da Penha Verde. É curiosa esta variação da composição, pois o "leão de ouro" desaparece, ficando o escudo encimado por uma coroa e, sobre ela, a roda de navalhas de Santa Catarina.

Catarina, a virgem mártir de Alexandria e do Sinai, é aliás um elemento central na vida da família da Penha Verde, razão pela qual a roda do seu martírio se encontra patente em lugar de destaque no brasão. D.Álvaro, filho de D.João e fundador do Convento dos Capuchos - no cumprimento da vontade do seu pai - foi armado cavaleiro em Tur-Sinai (1541), não muito longe do monte sagrado da tradição judaíco-cristã para onde, segundo a tradição, o corpo da santa foi transportado por anjos (razão pela qual ali existe um mosteiro de Santa Catarina do Sinai).

A devoção dos Castro à sua padroeira resultou na edificação, dentro dos muros da sua Quinta em Sintra, de uma capela dedicada à santa (a terceira), localizada num monte com o seu nome (antigo Monte das Alvíssaras), qual Sinai sintrense. O sonho de Dom João para a sua Penha Verde - antiga Quinta da Fonte d'El Rei - apenas foi concretizado entre 1640 e 1651, quando D.Francisco de Castro, Bispo da Guarda e Inquisidor Mor, conclui as obras nos jardins, dando expressão prática aos desejos manifestados pelo Vice-Rei em carta ao seu intimo amigo, o Infante D.Luís: "encher estes picos da Serra de Sintra de Ermidas". ("Dom João de Castro e o Universalismo da Cultura Portuguesa, por Frederica Chichorro).

Outras pedras de armas semelhante à da Igreja do Convento dos Capuchos encontram-se na no portão principal da Quinta da Penha Verde e na Fonte d'El Rei, localizada muito perto do referido portão, na berma da estrada (ver imagem em cima).

Bibliografia:

Chichorro, F. (1996) - "D.João de Castro e o Universalismo da Cultura Portuguesa" (PDF)
Feria, António Machado - "Armorial Lusitano"

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Malditos descobrimentos…(um país embriagado com mitos de grandeza)

Malditos descobrimentos…(um país embriagado com mitos de grandeza)

via Enxuto de Miguel RM em 09/02/09

O jornal Público de hoje traz uma "notícia" sobre um historiador brasileiro que nega a existência da chamada "Escola de Sagres". Embora o artigo até seja esclarecedor, indicando nomeadamente outros historiadores portugueses que defendem a mesma tese, é muito interessante olhar para a caixa de comentários onde são manifestadas opiniões de cariz xenófobo sobre o Brasil, causadas pela embriaguez que reina em Portugal com as chamadas "glórias do passado". Trata-se dum problema não exclusivamente português, mas antes de muitos países que não sabem viver com o seu passado de modo sério e desapaixonado. A Grécia, por exemplo, por ter sido considerada o "berço da democracia", sofre do mesmo irrealismo histórico, que sobrevaloriza um passado glorioso para melhor esquecer um presente sem glória e sobretudo manter-se tolhida, sem capacidade reformista para melhorar esse presente. Outro exemplo é a Sérvia (e outros países dos Balcâs) que, como dizia Churchill, "sofre de ter demasiada História para a sua pequena Geografia"). O próprio Brasil tem muito deste irrealismo "português" sobre a sua própria História, oscilando entre fases de euforia ("Deus é brasileiro") e de desânimo ("o Brasil não presta"), embora nas últimas duas décadas tenha finalmente beneficiado de governos verdadeiramente reformistas (2 mandatos de Fernando Henrique Cardoso e 2 de Lula da Silva), que colocaram o país no mapa do mundo com um estatuto à altura da sua dimensão e importância.

Os mitos dos Descobrimentos, criados pelos historiadores românticos do século XIX, reforçados com a República (1910-1928) e elevados à condição de "verdades indiscutíveis" durante o Estado Novo (1928-1974), ainda hoje têm grande influência na opinião pública portuguesa. É uma influência perniciosa, que nos dificulta a vida, pois prejudica a nossa capacidade de actuar com ponderação para levar a cabo as reformas tão necessárias ao país.

O problema dos mitos é que prejudicam as outras áreas políticas que ficam obscurecidas, mas prejudicam também a própria área que supostamente promovem. Não se entende por que motivo um país turístico como somos parece ser incapaz de explorar com inteligência aquela paisagem extraordinária que é o promontório de Sagres. Tudo o que se tem dito sobre aquele sítio (incluindo os tais "mitos") deveria estar exposto ali, sem estragar a paisagem.

Sei que há na administração pública e nos meios académicos da História pessoas que lutam por soluções interessantes para preservar e promover Sagres, mas infelizmente não sei se serão ouvidas. É que em Portugal dá sempre mais votos ser irrealista e clamar à mesa de café contra os "traidores à Pátria"….


Um grande museu no fim do mundo

Um grande museu no fim do mundo

via Sopas de Pedra de A. M. Galopim de Carvalho em 08/02/09
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À SEMELHANÇA DOS ESTADOS UNIDOS da América, da China ou da Mongólia, o Canadá está entre os países que maior número de espécies de dinossáurios tem trazido ao conhecimento científico. E a expressão pública que melhor evidencia essa importante contribuição para o engrandecimento e visibilidade da Paleontologia, é o Royal Tyrrel Museum of Paleontology, em Drumheller, num amplo e desolado vale a norte da província de Alberta, integrado no Dinosaur Provincial Park, criado em 1955. Esta reserva natural foi classificada e está protegida como Património Mundial da Humanidade (World Heritage), pela UNESCO. Para além da pradaria primitiva e dos fundos aluviais do Red Deer River (Rio do Veado Vermelho), o parque abrange uma vasta extensão de badlands, isto é, terrenos desertificados, constituídos por camadas sedimentares horizontais de natureza areno-argilosa, profusamente sulcados por barrancos. É destas camadas, datadas do Cretácico superior (77 a 74 milhões de anos), que se retiraram, em quantidade e em óptimo estado de conservação, a maioria dos fósseis de dinossáurios expostos neste magnífico Museu. Criado em 1985, cujo nome evoca o geólogo Joseph Burr Tyrrel, dos Serviços Geológicos do Canadá, que, em 1884, descobriu naquela região os primeiros ossos de um grande carnívoro, parente muito próximo do conhecido Tyrannosaurus rex, a que deu o nome de Albertosaurus (do nome da província canadiana de Alberta). Desde então, e durante mais de um século de explorações, foram escavados nestes terrenos e descritos cerca de uma centena de espécies de dinossáurios e de outros vertebrados seus contemporâneos.
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Em Novembro de 1995 tive o prazer e a honra de ser convidado pela direcção da Casa do Alentejo de Toronto a participar nas festividades da "XII Semana Cultural Alentejana". Foi através de Vasco Osvaldo Santos, um luso-canadiano de quem nos tornámos amigos. Como não podia deixar de ser, programei uma visita às badlands do Drumheller Valley e ao citado Museu.
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Para visitar o Tyrrel Museum, uma pérola nos confins do mundo, houve que voar algumas horas até Calgary, capital da província de Alberta, sobre miríades de lagos escavados pelo gelo da última grande glaciação, a Wisconsin, como por lá se diz. No máximo da sua expansão para sul, há uns 20 000 anos e à semelhança do que aconteceu na Europa e na Ásia, o glaciar árctico atingiu esta latitude, sulcando os terrenos por onde passou. Ao recuar, por fusão, o gelo deixou uma vastíssima paisagem repleta de depressões convertidas depois em lagos de todos os tamanhos. A hora a que sobrevoei esta região proporcionou-me um espectáculo inesquecível. Cerca de 10 000 metros abaixo, milhares de "espelhos" reflectiam o sol, fazendo-o entrar, de baixo para cima, pelas janelas do Boeing.
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O trajecto até Drumheller foi feito em rectas intermináveis, traçadas numa planura imensa, quase como uma mesa de bilhar. Comparativamente, a chamada planície alentejana seria considerada uma paisagem montanhosa. Foi uma corrida de cerca de duas horas entre campos de trigo e, pontualmente, aqui e ali, os característicos engenhos de bombear petróleo bruto, quais enormes e isolados passarões de ferro, em lento e cadenciado sobe-e-desce.
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Drumheller é uma muito pequena cidade, numa paisagem semidesértica, provinciana, ao estilo de muitas do oeste americano, de onde sobressai, na periferia e em altura, a característica construção de madeira para guardar o cereal. Perdida para lá da pradaria, nas chamadas badlands (terra de barrancos e inculta), viu a sua pacatez invadida por formigueiros de gente que por ali tem de passar a caminho do Tyrrel. Este fabuloso museu, situado a uma dezena de quilómetros mais à frente, no citado vale, é um oásis no tórrido e ressequido Verão local e um conforto suficientemente aquecido no gelo branco do Inverno. Do hotel nesta cidadezinha, um enorme bloco de betão a condizer com a afluência à única oferta turística local (o Dinosaur Provincial Park) guardo recordação da simpatia e afabilidade do pessoal, do tamanho desmesurado dos quartos e das camas, de uma cozinha sem graça, deslavada, muito americana, e de uma zurrapa, tipo Mateus Rosé envinagrado. Além deste "néctar", só cerveja e coca-cola.
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A meio da noite, o silêncio e a vastidão da planura sem fim eram atravessados pelo silvo interminável, cantante, do comboio. Quais serpentes quilométricas, estas composições que atravessam o continente de costa a costa, puxados por uma máquina à frente, empurradas por uma outra atrás e, às vezes, com mais outra, a meio, a ajudar, demoram tempo e mais tempo a passar, matraqueando nos carris num "pouca-terra" que parece não mais acabar. Muito antes anunciado pelos seus silvos, só muito, muito depois esses sons se apagam na lonjura do horizonte.
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Nos vários dias que durou a nossa vista ao Tyrrel, tivemos, ao nosso serviço, um taxi, um carrão americano dos anos 50, conduzido por uma mulher grande e desembaraçada, tipo cow boy do Far West, que nos ia levar, pela manhã, e trazer, ao fim da tarde e que, simpaticamente, deu umas voltas connosco a fim de nos mostrar a sua cidade. No museu, um restaurante self service, possibilitava-nos uma refeição vulgar, rápida e sem história, permitindo-nos o tempo necessário à observação pormenorizada dos conteúdos e das soluções museográficas utilizadas e, ainda, o convívio, em termos profissionais e humanos, com os colegas canadianos. A acrescentar à memória desta frutuosa e agradável estadia, recordo um certo embaraço que experimentei ao ser solicitado para proferir uma palestra para o staff da casa, sobre dinossáurios em Portugal. Formado numa geração em que imperava a francofonia, o meu inglês falado ou escrito deixa muito a desejar. Mas como os nomes dos fósseis são universais, em latim ou latinizados, como os nomes das nossas jazidas não têm tradução e com o auxílio de algumas dezenas de diapositivos (que sempre viajavam comigo), acabei por lhes transmitir a informação que me foi ali possível.
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Este museu, um deslumbramento para os que gostam dos dinossáurios, situado a milhares de quilómetros de distância dos potenciais interessados, complementado por um bem organizado e eficaz serviço de apoio pedagógico, dirigido, preferencialmente aos grupos escolares, recebe anualmente, imagine-se, uma média de 250 000 visitantes idos de todo o mundo. Mais do que a maioria dos museus das grandes cidades.
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Este museu, no fim do mundo, longe de tudo e de todos e o seu enorme sucesso são a prova mais evidente do poder atractor dos "grandes bichos". Esta evidência deveria ser motivo de reflexão por parte de quem, entre nós, detém o poder mas, infelizmente, não tem sido. Lembremo-nos do estado de abandono e da consequente e irremediável degradação das jazidas de Carenque, da Praia Grande e do Cabo Espichel.

O Tempo em Geologia

via Sopas de Pedra de A. M. Galopim de Carvalho em 04/02/09
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NO DIA-A-DIA, o tempo mede-se em horas, minutos e segundos nos mostradores dos nossos relógios de pulso. Na História mede-se em anos, séculos e milénios, usando para tal pergaminhos e outros documentos com significado cronológico. Na Pré-história faz-se outro tanto com base em objectos vários e fala-se de milhares e, nalguns casos, de milhões de anos.
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A escala do tempo dilata-se ao investigamos o passado geológico e ainda mais se recuarmos aos começos da Terra e do Universo, onde os milhares de milhões de anos marcam as etapas percorridas com uma imprecisão que se esfuma nessa "eternidade". No decurso das nossas vidas revemos sem dificuldade o nosso tempo, o dos avós e até o da História, mas é com esforço que abarcamos ou evocamos toda a vastidão do tempo da Terra. Como na História, também a Geologia necessita de documentos e esses temo-los nas rochas, quer sejam os fósseis que algumas delas encerram, quer alguns dos minerais seus constituintes. Porque de uma história se trata, a Geologia tem no tempo um dos seus pilares e esse tempo é aí encarado sob duas perspectivas distintas: a de tempo relativo e a de tempo absoluto.
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Na primeira, que diríamos qualitativa, procura-se saber se um dado evento ocorreu antes, depois ou em simultâneo com outro, isto é, se lhe foi anterior, posterior ou contemporâneo. É por demais conhecido e hoje evidente um princípio fundamental, formulado no século XVII, pelo dinamarquês Nicolau Steno, que postula que "numa sequência sedimentar, qualquer estrato é mais moderno do que o que lhe fica por baixo e mais antigo do que o que se lhe sobrepõe". Tal ordenação no tempo das rochas estratificadas é a mesma que se observa na pilha de papéis na secretária de um burocrata.
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Quais marcos do tempo, também os fósseis, escalonados na cadeia evolutiva da biodiversidade, nos permitem uma ideia do tempo relativo. Assim, e graças ao muito trabalho dos paleontólogos, sabemos, por exemplo, que as rochas sedimentares com fósseis de trilobites são mais antigas do que as que conservam ossadas de dinossáurios e estas, por sua vez, anteriores às que serviram de jazida aos australopitecos, nossos avós.
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Na outra perspectiva, a quantitativa, o tempo tem o sentido de duração e, assim, refere o intervalo que medeia dois acontecimentos ou o que decorreu entre um deles e o momento presente, isto é, a sua idade. Uma das vias mais frutuosas na medição do tempo geológico nasceu com a descoberta da radioactividade por Henri Becquerel, em 1896, e ganhou corpo com os trabalhos sobre a constituição e funcionamento do núcleo atómico levados a efeito por Marie e Pierre Curie e muitos outros físicos. Tais avanços da ciência, com reflexos na medição do tempo, foram sabiamente aproveitados por vários investigadores, entre os quais Arhur Holmes, do qual se diz que "só não foi prémio Nobel porque a Geologia não figura entre as disciplinas contempladas no respectivo regulamento".
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Executadas por rotina em muitos laboratórios de todo o mundo, as determinações de idade dos minerais permitiram-nos enquadrar, em termos de cronologia absoluta, no geral expressa em milhões e milhares de milhão de anos, as grandes etapas da história da Terra e da Vida de há muito definidas em termos de idade relativa. Sabemos hoje que a Terra se formou há aproximadamente 4570 milhões de anos, que os dinossáurios fizeram a sua aparição há cerca de 235 e que desapareceram de vez há 65 milhões de anos. Sabemos que há rochas no distrito de Bragança com cerca de mil milhões de anos, que o granito do Porto é velho de 560 milhões, que o das Beiras tem à volta de 300, que o de Sintra, apenas 85 e que onde hoje é Lisboa, era mar há escassos 23.
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E a lista de rochas e de acontecimentos de que conhecemos a idade absoluta é imensa e não pára de crescer.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

O junker invencível - Paul von Lettow-Vorbeck (1870-1964)

via Caminhos da Memória de Caminhos da Memória em 06/02/09
Um texto de José Pedro Barreto (*) Originalmente publicado na revista Egoísta de 9 de Dezembro de 2001 Os oito mil homens comandados pelo Major-General Aitken e embarcados em Bombaim não eram lá grande tropa. Haviam sido reunidos à pressa entre as forças coloniais britânicas na Índia. Na sua maioria nunca haviam disparado um tiro e eram [...]

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Lisboa, capital europeia da espionagem (2)

Lisboa, capital europeia da espionagem (2)

via Caminhos da Memória de Irene Pimentel em 03/02/09

(A primeira parte deste texto pode ser lida aqui.) O desmantelamento de redes alemãs e a criminalização da espionagem estrangeira Em Abril de 1942, Alexander Cadogan, da embaixada inglesa, denunciou, ao governo de Salazar, alguns portugueses e alemães, acusados de espionagem a favor da Alemanha, entre os quais se contavam Cecil Adolf Nassenstein e Vollbrecht, ambos da [...]

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

33 anos... , Mucandas e Mukanda de Amor para Benguela

Textos

33... e Mucandas de H. Baptista da Costa
Mukanda de Amor para Benguela de Ernesto Lara Filho

Fonte: Site "Casa de Angola"

Lisboa, capital europeia da espionagem (1)

Lisboa, capital europeia da espionagem (1)

via Caminhos da Memória de Irene Pimentel em 02/02/09
Portugal, em cuja capital se ouvia então falar todas as línguas europeias, tornou-se, no período da II Guerra Mundial, uma importante placa giratória de informações, mercadorias e pessoas. Sob os olhares atentos dos portugueses e da imprensa, passaram, por Lisboa, embaixadores dos países beligerantes, a caminho da Europa ocupada ou de Londres e dos Estados [...]

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Questão de prestígio

Questão de prestígio

via Euro-Ultramarino de noreply@blogger.com (Euro-Ultramarino) em 01/02/09

Disse Churchill na House of Commons, ao fim da II Guerra, que o papel de Portugal no mundo não se devia apenas a sua importância geo-estratégica, mas, sobretudo, à craveira do seu governante, Salazar. Há 35 anos deitaram fora a "geo" e com ela a "estratégia". E relativamente à "craveira" a acepção também mudou: ficámos mesmo é bem cravados. Do Prec das melenas e dos pás ao Só-crash das quase-engenharias e dos freeports é um fartar, fartar. Só acaba quando termina... Prestige oblige.

Um bife na Brasileira do Chiado

Um bife na Brasileira do Chiado

via Caminhos da Memória de Caminhos da Memória em 01/02/09
Um texto de Helena Pato (*) Não tenho dúvidas acerca da data: 17 de Novembro. Além de não ser normal as pessoas esquecerem-se do dia em que saem da prisão, após quase seis meses de regime de isolamento, a verdade é que foi uma data duplamente memorizada porque o meu primeiro filho, à laia de comemoração, [...]