domingo, 30 de dezembro de 2012

'Será que já houve uma guerra santa que foi puramente sobre religião?' Ricardo Bonalume Neto entrevista Nigel Ckliff, o autor do livro "Guerra Santa"

'Será que já houve uma guerra santa que foi puramente sobre religião?':


'Será que já houve uma guerra santa que foi puramente sobre religião?', diz historiador

RICARDO BONALUME NETO

Entrevista com o historiador, biógrafo e crítico britânico Nigel Cliff, formado na Universidade Oxford. Ele é autor de "Guerra Santa - Como as Viagens de Vasco da Gama Transformaram o Mundo", agora publicado no Brasil.

Por que o nome do livro é "Guerra Santa"? Você acredita que Vasco da Gama e os portugueses estavam envolvidos em um verdadeiro choque de civilizações, em vez de simplesmente iniciarem uma guerra comercial?

Nigel Cliff - Essa é uma questão complexa. Para começar, o meu título original era na verdade "A Última Cruzada: As Viagens Épicas de Vasco da Gama". Esse é o título no Reino Unido e também o título do paperback que saiu em [agosto] nos EUA. Eu concordei em chamar a edição de capa dura nos EUA de "Guerra Santa" para diferenciar de outros títulos semelhantes, mas "A Última Cruzada" representa a tese do livro com mais precisão. Ler mais

sábado, 29 de dezembro de 2012

Entrevista de Hitler ao Diário de Notícias


In revista "Sábado", n.º 449 de 6 de Dezembro de 2012
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quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Companheiros inesquecíveis


Dois camaradas da companhia a que pertenci durante a minha comissão militar em Angola

Os camaradas angolanos que tive na minha companhia, durante a minha comissão militar, eram filhos do povo. Do admirável e sofrido povo de Angola. Quer isto dizer que, para a esmagadora maioria deles, foi só quando passaram a fazer parte da nossa companhia que eles puderam, pela primeira vez nas suas vidas, relacionar-se com brancos de igual para igual. Olhos nos olhos, ombro com ombro, de homem para homem. E foram insuperáveis no companheirismo e na dignidade com que se relacionaram connosco, os europeus da companhia. Ler mais

sábado, 22 de dezembro de 2012

Portugal nasceu à sombra da Igreja


Portugal nasceu à sombra da Igreja e a religião católica foi desde o começo elemento formativo da alma da Nação e traço dominante do carácter do povo português. Nas suas andanças pelo Mundo – a descobrir, a mercadejar, a propagar a fé – impôs-se sem hesitações a conclusão: português, logo católico. Tiveram o restrito significado de lutas políticas, e não de questão religiosa, os dissídios dos primeiros séculos entre os reis e os bispos e os que mais tarde envolveram os governos e a Cúria. Na nossa história nem heresias nem cismas; apenas vagas superficiais, que, se atingiam por vezes a disciplina, não chegavam a perturbar a profunda tranquilidade da fé. A adesão da generalidade das consciências aos princípios de uma só religião e aos ditames de uma só moral, digamos, a uniformidade católica do País foi assim, através dos séculos, um dos mais poderosos factores de unidade e coesão da Nação Portuguesa. Portanto, factor político da maior transcendência; e por esse lado nos interessa.

António de Oliveira Salazar in «Discursos».

Fonte: Blogue "Acção Integral", post de 05Dez2012

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Teoria do Município


Para o Congresso Nacional Municipalista do Porto, em 1924, escreveu António Sardinha, então Presidente da Câmara Municipal de Elvas, dezasseis teses de apoio à Teoria do Município.
Numa altura em que se discute a reforma administrativa e municipal em Portugal, convém pois recordá-las:

1ª Tese – O Município não é uma criação legal. Anterior ao Estado, é preciso defini-lo e tê-lo como organismo natural e histórico. Ler mais

2ª Tese – A descentralização administrativa não é, por isso, suficiente para resolver o problema municipalista. Ler Mais

sábado, 15 de dezembro de 2012

O direito ao "Foda-se!"

Por Millôr Fernandes

(Com pequenas adaptações minhas)

Existe algo mais libertário do que o conceito do “foda-se!”?

O “foda-se” aumenta a minha auto-estima, torna-me uma pessoa melhor.
Reorganiza as coisas. Liberta-me.

“Não queres fazer?! – Então, foda-se!”
“Queres fazer tudo sozinho? – Então, foda-se!”

O direito ao "foda-se" devia estar consagrado na Constituição.

Os palavrões não nascem por acaso. São recursos extremamente válidos e criativos para dotar o nosso vocabulário  de expressões que traduzem  com a maior fidelidade os nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o português a fazer a sua língua

“Comó caralho!”, por exemplo. Que expressão traduz melhor a ideia de muita e quantidade que “comó caralho!”? Tende para o infinito, é quase uma expressão matemática.

“Eu gosto do meu clube comó caralho!”
“O sol está quente comó caralho!”
“O gajo é parvo comó caralho!”

E o “nem que te fodas!”?
Expressa a mais absoluta negação.
O “nem que te fodas!” é irretorquível e liquida o assunto.
Quando lhe pedirem dinheiro, mate o assunto:
“Ó meu caro, não te empresto, nem que te fodas!”

Há outros palavrões igualmente clássicos:
Pensa na sonoridade de um “Puta que pariu!”,
ou o seu correlativo “Pu-ta-que-o-pa-riu!”
Diante uma notícia irritante, qualquer “pu-ta-que-o-pariu!”, dito assim, põe-te outra vezes nos eixos.

E o que dizer do nosso famoso “vai levar no cu!”?
E a sua maravilhosa e reforçada derivação “vai levar no olho do cú!”?
Já imaginaste o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha do seu interlocutor e solta:
“Chega! Ó meu, vai levar no olho do cu!”?
Pronto, tu retomaste as rédeas da tua vida e da tua auto-estima.
Desabotoas a camisa e sais à rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso  de vitória.

E seria tremendamente  injusto não registar aqui a expressão de maior poder de definição do Português Vulgar: “Fodeu-se!”
E a sua derivação, mais avassaladora ainda: “Já se fodeu!”.
Conheces definição mais exacta, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação.
Quando ouves uma sirene da polícia atrás de ti a mandar-te parar,
o que dizes? “Já me fodi!”.

E quando te apercebes que és de um país em que quase nada funciona; o desemprego não baixa; os impostos são altos; a saúde, a educação e a justiça são de baixa qualidade,
Agora digo eu:
Foda-se! Pu-ta-que-pa-riu este país!
E se alguém - no genérico! - entra no teu bolso:
Já me fodi! Estes gajos roubam comó caralho!
E a algumas pessoas apetece mesmo dizer:
“Vão levar no cu!

Mas não desesperemos!
Portugal ainda vai ser um país do caralho!!!

Só não sei quando…

Luís Castro

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Linguagem falada e linguagem escrita


A linguagem falada é popular. A linguagem escrita é aristocrática. Quem aprendeu a ler e a escrever deve conformar-se com as normas aristocráticas que vigoram n'aquele campo aristocrático.
A linguagem falada é nacional e deve ser o mais nacional possível. A linguagem escrita é – ou deve ser – o mais cosmopolita possível. Philosopho deve escrever-se com 2 vezes PH porque tal é a norma da maioria das nações da Europa, cuja ortografia assenta nas bases clássicas ou pseudo-clássicas.

Fernando Pessoa in «Pessoa Inédito».
*Sublinhado meu.

sábado, 8 de dezembro de 2012

A Importância do Ultramar para a Economia Nacional


 A Importância do Ultramar para a Economia Nacional
Tenente‑Coronel PilAv João José Brandão Ferreira*
No número 10 de Outubro de 1999 da Revista Militar, escrevemos com o mesmo título um artigo em que a matéria exposta cobria o período em que Portugal se tinha lançado na gesta dos Descobrimentos, até à realização da Conferência de Berlim em 1884/85. Vamos hoje retomar o tema mas agora na tentativa de cobrir o período que dista daquela Conferência até ao golpe de Estado que depôs o regime Corporativo, conhecido por Estado Novo, em 25 de Abril de 1974.
O Século XIX
“O primeiro passo de uma Nação para aproveitar as suas vantagens é conhecer perfeitamente as terras que habita, o que em si produzem, o de que são capazes.”
Memória Económica
Abade Correia da Serra
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quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Sobre as greves


Somos excessivamente pobres para nos permitirmos a esse luxo. Tanto mais que quando se reconhece o direito à greve admite-se que há uma incompatibilidade absoluta entre o interesse patronal e o interesse dos trabalhadores, e que a questão não poderá ser resolvida senão pelo recurso à força. É evidente que ganhará o mais forte, o que não significa que triunfe a justiça. Tanto que se rejeita o direito à greve deve admitir-se que os interesses patronais e os interesses dos trabalhadores são, no fim de contas, concordantes e não contraditórios; que deve ser também considerado um terceiro interesse que é o interesse social; e que uma organização deve ser erigida para permitir aos interesses divergentes definirem-se e conciliarem-se, reconhecendo-se o Estado como árbitro supremo. Nestas condições, o direito à greve pode, sem riscos, e com vantagens, deixar de ser reconhecido.

António de Oliveira Salazar in jornal «Le Figaro», Setembro de 1958.
Fonte: Blogue "Acção Integral", post de 14Nov2012.

sábado, 1 de dezembro de 2012

Essa é que é, Eça!

Enquanto à inviolabilidade do chefe do estado oferece-nos expor o seguinte:

Há um cidadão a respeito do qual é permitido ao jornalista mais timorato ou mais covarde escrever quotidianamente as alusões mais aviltantes, insinuar as calúnias mais pérfidas, apontar os insultos mais profundos, sem o mínimo risco de que o agredido tente no dia imediato esbarrar a cabeça do agressor sobre o delito respectivo. Esse cidadão é o rei.
Difere singularmente da educação dos outros homens a educação dos reis constitucionais. Os outros homens desenvolvem a sua razão para acertarem com a escola de uma religião ou de uma politica; o rei cultiva a sua razão unicamente para a sujeitar à política e à religião que lhe derem.
Os outros homens criam as suas ideias para as fazerem combater e triunfar; o rei dispõe as suas do modo mais conveniente para poderem submeter-se às ideias estranhas.

(Eça de Queiroz, As Farpas, Julho de 1871).
Fonte: Blogue "Centenário da República", post de 24Nov2012

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

A História repete-se


As pessoas moram em gaiolas para coelhos a preços exorbitantes. Já não se pode circular nas ruas. Quando penso em que é que Roma se tornou, fujo para longe. Os milhões que ganham os promotores. Vindos dos quatro cantos do Mediterrâneo, ei-los que adquirem as melhores casas para delas se apoderarem.
Desprezam os nossos gostos e valores; o mau gosto torna-se sinónimo de requinte, o idiota passa por genial, cantores medíocres são vistos como estrelas. Já não há em Roma mais lugar para um bravo Romano. Na rua os estrangeiros agridem-nos. E, depois, ainda por cima, são eles que te acusam e levam-te a tribunal.
Onde estão os ritos antigos? A religião é publicamente vilipendiada. Quem teria ousado, outrora, fazer troça do culto dos deuses? Não nos devemos surpreender que a desonestidade seja geral. Já ninguém tem palavra, porque todos perderam a fé. Mesmo os crentes já não crêem na virtude. Outrora, um desonesto era algo incrível. E agora, um tipo verdadeiramente íntegro é visto como um prodígio.

Juvenal in «Sátiras», século I d.C.
Fonte: Blogue "Acção Integral",post de 22Nov2012.

sábado, 24 de novembro de 2012

Guiné 63/74 - P6448: Notas de leitura (111): Rumo a Fulacunda, de Rui Alexan...

Beja Santos fala aqui do Rui Alexandrino e apresenta uma fotografia do autor do "Rumo a Fulacunda" do tempo em que esteve na Guiné. Gostei muito de ver este artigo. No final do artigo o Beja Santos escreve: 
"Estou convicto que ele irá aproveitar a oportunidade para eliminar referências e críticas desajustadas e seguramente desnecessárias para o objectivo em causa: o dever de memória do combatente." 

Parece-me que Beja Santos se refere a relatos sobre conflitos entre militares relatados pelo Rui Alexandrino!?... e aconselha-o a que não faça no seu próximo livro. Mas eu não me lembro de ter lido no "Rumo a Fulacunda" alguma crítica a colegas militares.

Rui Moio


1. Mensagem do nosso Camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil At Inf, Comandante do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 17 de Maio de 2010:

Luís,
Li os teus comentários sobre as guloseimas de Bambadinca. Seria bem interessante que se desencadeasse aí uma tempestade de recordações à volta da mesa, não os acepipes de Bissau mas os desenrascanços das gazelas de mato e peixe da bolanha, bem como os cantineiros que ainda conhecemos e que nos ajudaram a levantar a moral da muita comida sorumbática a que éramos obrigados.
Quase me sinto a entrar na loja do Rendeiro (o concorrente do José Maria de Bambadinca) onde eu encomendava o caldo de mancarra à subida da rampa, para todo o contingente que me acompanhava, naquele dia.
Estou convencido que ainda vamos fazer um livro de recordações gastronómicas...

Um abraço do
Mário


O privilégio de ter combatido com grandes amigos de hoje

Beja Santos


Em 6 de Março de 2008, aquando do lançamento do primeiro livro sobre a minha comissão na Guiné, na Sociedade de Geografia de Lisboa, recebi, com uma tocante dedicatória, "Rumo a Fulacunda", que o Rui Alexandrino Ferreira me entregou depois de me ter abraçado. Como trabalho por objectivos, e é muito difícil sair de disciplina auto-imposta, reservei a oportunidade de o ler quando me lançasse na empreitada desde demencial inventário que ninguém me pediu. Chegou o momento azado, eis as minhas impressões.


Primeiro, desvanece ver alguém que reteve, com carinho, boas memórias dos seus camaradas do grupo de combate a que esteve associado na CCaç 1420. Ilustro com o que ele escreveu sobre o soldado António Pacheco Sampaio:

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

"Um homem chega e assume a personagem. (...)



Com a morte de Ruy Duarte de Carvalho, no passado dia 12, Angola perde uma das suas maiores referências culturais.

"Um homem vem ardendo na sua segurança e depois semeia estrelas por aí.
Traz mãos pendentes onde o sangue aflui e punhos brancos de ostensiva fé. Mal suporta a claridade de um primeiro olhar. Ocorre-lhe de súbito o peso dos testículos, a densidade líquida das mãos, uma urgência antiga de projectar-se erecto. Um homem traz consigo um rosto opaco que a surpresa urdiu, o véu esculpido da certeza oculta, preserva no sorriso a segurança nata e oferece, no olhar, uma estação de cereal maduro.
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sábado, 17 de novembro de 2012

M237 - Manuel Godinho Rebocho -“AS ELITES MILITARES E AS GUERRAS D’ÁFRICA”, ...

Continuação das mensagens M234, M235 e M236

Manuel Godinho Rebocho2º Sargento Pára-Quedista da CCP123/BCP12 (Companhia de Caçadores Pára-quedistas 123 do Batalhão Caçadores Pára-quedistas 12)
Bissalanca/Guiné
1972 a 1974
O Dr. Manuel Godinho Rebocho é hoje Sargento-Mor na reserva e foi 2º Sargento Pára-Quedista da CCP123/BCP12, Bissalanca, 1972/74, escreveu um excelente livro "AS ELITES MILITARES E AS GUERRAS D'ÁFRICA", sobre as suas guerras em África (uma comissão em Angola e outra na Guiné combatendo por Portugal) e a sua análise ao longo dos últimos anos, de que resultou esta tese do seu doutoramento.

Nesta mensagem continua-se a publicação de alguns extractos do seu livro, já iniciadas nas mensagens M234, M235 e M236:

III – A GUERRA DE ÁFRICA E O DESEMPENHO DAS ELITES MILITARES
(continuação)
3 – O SISTEMA DE FORÇAS: AS FORÇAS DE QUADRÍCULA E AS FORÇAS DE ELITE; TROPAS DE REFORÇO E TROPAS NATIVAS

Os efectivos militares combatentes podem ser considerados segundo o tipo de actuação: de quadrícula e de intervenção ou de elite, e segundo a sua origem: de reforço, designação atribuída às tropas metropolitanas e nativas. Ambos os tipos de actuação integravam forças de reforço e nativas. Vejamos as características principais de cada um desses efectivos militares. Ler mais

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

M236 - Manuel Godinho Rebocho -“AS ELITES MILITARES E AS GUERRAS D’ÁFRICA”, ...

Continuação das mensagens M234 e M235

Manuel Godinho Rebocho
2º Sargento Pára-Quedista da CCP123/BCP12 (Companhia de Caçadores Pára-quedistas 123 do Batalhão Caçadores Pára-quedistas 12)Bissalanca/Guiné
1972 a 1974

O Dr. Manuel Godinho Rebocho é hoje Sargento-Mor na reserva e foi 2º Sargento Pára-Quedista da CCP123/BCP12, Bissalanca, 1972/74, escreveu um excelente livro "AS ELITES MILITARES E AS GUERRAS D'ÁFRICA", sobre as suas guerras em África (uma comissão em Angola e outra na Guiné combatendo por Portugal) e a sua análise ao longo dos últimos anos, de que resultou esta tese do seu doutoramento.

Nesta mensagem continua-se a publicação de alguns extractos do seu livro, já iniciadas nas mensagens M234 e M235:

III – A GUERRA DE ÁFRICA E O DESEMPENHO DAS ELITES MILITARES
Ler mais

sábado, 10 de novembro de 2012

M235 - Manuel Godinho Rebocho -“AS ELITES MILITARES E AS GUERRAS D’ÁFRICA”, ...

Continuação da mensagem M234

Manuel Godinho Rebocho
2º Sargento Pára-Quedista da CCP123/BCP12 (Companhia de Caçadores Pára-quedistas 123 do Batalhão Caçadores Pára-quedistas 12)
Bissalanca/Guiné1972 a 1974


O Dr. Manuel Godinho Rebocho é hoje Sargento-Mor na reserva e foi 2º Sargento Pára-Quedista da CCP123/BCP12, Bissalanca, 1972/74, escreveu um excelente livro "AS ELITES MILITARES E AS GUERRAS D'ÁFRICA", sobre as suas guerras em África (uma comissão em Angola e outra na Guiné combatendo por Portugal) e a sua análise ao longo dos anos.

Nesta mensagem continua-se a publicação de alguns extractos do seu livro, já iniciada na mensagem M234 :

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

UM COMPANHEIRO DE VALOR

foto: internet

Os livros são os mais silenciosos e constantes amigos;
os mais acessíveis e sábios conselheiros;
e os mais pacientes professores.

Charles W. Elliot
(Boston - Estados Unidos 1834-1926 Northeast Harbor-Estados Unidos)

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Repor a verdade (artigo de Pedro Lomba - publicado no Jornal Público de 06Nov2012)

Nota

Pedro Lomba rectifica uma declaração errada prestada pelo Embaixador de Israel em Portugal aquando a intervenção deste na Conferência História e Holocausto que se realizou na fundação Gulbenkian nos dias  29 e 30 de Outubro de 2012.
Rui Moio

* Realmente algém que tem apelido de obediência maçónica não augura nada de bom...

Fonte: Blogue "Reverentia", post de 06Nov2012. In Jornal Público de 6Nov2012

sábado, 3 de novembro de 2012

O grupo de homens que se associou para matar um rapaz



Realiza-se no próximo dia 1 de Fevereiro pelas 19 horas na Igreja da Encarnação - por impossibilidade de se poder realizar na Igreja de S. Vicente de Fora, devido a obras - a missa pelas almas de SMF o Rei Dom Carlos e Príncipe Real Dom Luís Filipe. A melhor definição dada a essa trágica jornada de 1 de Fevereiro de 1908 recebeu a assinatura de Ramalho Ortigão e encontra-se nas chamadas Farpas Anti-Republicanas.

Para Ramalho, o regicídio - ou antes, magnicídio, pois pretendia matar por atacado uma família, mais o primeiro-ministro - tratou-se da associação de um punhado de homens (mandantes, pagantes e executantes) que se reuniram com o declarado propósito de matar um rapaz. Foi essa matilha de celerados e criminosos que a república elevou ao panteão dos cidadãos exemplares, manchando-se para todo o sempre.

Fonte: Blogue "Combustões", post de 19Fev2011.

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

1482. a Chegada de Diogo Cão

Em 1482, chegaram ao Congo os primeiros portugueses, comandados por Diogo Cão. Estes homens encontraram congoleses e quiseram fazer conhecimento com eles. 1, 2

O rio Poderoso 3

Em seguimento da sua política de expansão. D. João II mandou, em 1482, uma pequena frota, comandada por Diogo Cão, escudeiro da casa real, continuar o descobrimento da costa africana, para cá do cabo de Santa Catarina, última etapa atingida por Rui de Sequeira.

O neto de Gonçalo Cão deixou o Tejo em princípios do ano, com um número desconhecido de navios, mas não superior a três, em direcção à Mina. "lugar onde se podia prover de alguma necessidade".4 Trazia consigo mercadorias e presentes, para comercializar e homenagear os potentados do percurso. Ler mais

sábado, 27 de outubro de 2012

Os Ladrões do Poder e os ladrões da penúria – ontem, tal como hoje...

Padre António Vieira
Padre António Vieira - Sermão do Bom Ladrão

"Não são ladrões apenas os que cortam as bolsas. Os ladrões que mais merecem este título são aqueles a quem os reis encomendam os exércitos e as legiões, ou o governo das províncias, ou a administração das cidades, os quais, pela manha ou pela força, roubam e despojam os povos.

Os outros ladrões roubam um homem, estes roubam cidades e reinos; os outros furtam correndo risco, estes furtam sem temor nem perigo.

Os outros, se furtam, são enforcados; mas estes furtam e enforcam."

*****************************************
Santo Agostinho
SANTO AGOSTINHO (1991) A CIDADE DE DEUS, Vol I. Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian. (Livro IV, Cap IV: p.383)

«Afastada a justiça, que são, na verdade, os reinos senão grandes quadrilhas de ladrões? Que é que são, na verdade, as quadrilhas de ladrões senão pequenos reinos? Estas são bandos de gente que se submete ao comando de um chefe, que se vincula por um pacto social e reparte a presa segundo a lei por ela aceite. Se este mal for engrossando pela afluência de numerosos homens perdidos, a ponto de ocuparem territórios, constituírem sedes, ocuparem cidades e subjugarem povos, arroga-se então abertamente o título de reino, título que lhe confere aos olhos de todos, não a renúncia à cupidez, mas a garantia da impunidade.

Foi o que com finura e verdade respondeu a Alexandre Magno certo pirata que tinha sido aprisionado. De facto, quando o rei perguntou ao homem o que lhe parecia isso de infestar os mares, respondeu ele com franca audácia: " O mesmo que a ti parece isso de infestar todo o mundo; mas a mim, porque o faço com um pequeno navio, chamam-me ladrão; e a ti, porque o fazes com uma grande armada, chamam-te imperador

Fonte: Blogue "Um Homem das Cidades", post de 25Out2012.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Sentido, lógica...justificação?


‎"Reencontrará o Estado português o seu sentido, a sua lógica e a sua justificação? (...) Terá a grandeza de estimular discretamente e sem exigências de pagamento os nossos pensadores e personalidades criadoras, em vez de os marginalizar por razões políticas, universitárias ou outras?"
 António Quadros

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

A fraqueza crónica da Democracia


A fraqueza crónica de um sistema democrático de governo, em oposição à ocasional, parece ser proporcional ao grau da sua democratização. Os mais poderosos e estáveis estados democráticos são aqueles onde os princípios da democracia foram menos lógica e consistentemente aplicados. Assim, um parlamento eleito segundo um sistema de representação proporcional é um parlamento verdadeiramente democrático. Mas é também, na maioria dos casos, um instrumento não de governo mas de anarquia. A representação proporcional garante que todos os sectores da opinião estarão representados na assembleia. É o ideal da democracia cumprido. Infelizmente, a multiplicação de pequenos grupos dentro do parlamento torna impossível a formação de um governo estável e forte. Ler mais

domingo, 14 de outubro de 2012

RADIOGRAFIA (POUCO EXAUSTIVA) DO PAÍS


“O preço a pagar pela tua não participação na Política é seres governado por quem é inferior”.
Platão (C. 428-347 A.C.)

PREAMBULO
Com o fim do Conselho da Revolução, em 30/09/1982, o Poder Político ficou totalmente nas mãos das forças políticas – surgidas na sequência do 25 de Abril de 74 – que as sucessivas pugnas eleitorais colocavam nos órgãos de soberania, segundo o figurino constitucional entretanto aprovado.

Para trás ficavam anos conturbados que se iniciaram com a perda de controlo da situação originada no golpe de estado do MFA; numa transição político/social caótica e numa descolonização traumática e muito vergonhosa, cujas consequências estão a revelar-se piores das que se seguiram à entrada do Duque de Alba e do Marquês de Santa Cruz, em Lisboa, em 1580, e das Cortes de Tomar de 1581, que foram o seu epílogo. Ler mais

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Discurso de S.A.R., Senhor D. Duarte, Duque de Bragança, 5 de Outubro de 2012

Texto integral do discurso de S.A.R., Senhor D. Duarte, Duque de Bragança, 5 de Outubro de 2012:

(fotografia cortesia da Causa Real)
Portugueses,

Nesta hora difícil que Portugal atravessa, talvez uma das mais difíceis da nossa já longa história, afectando a vida das famílias portuguesas e dos mais desfavorecidos de entre nós, Eu, enquanto descendente e representante dos Reis de Portugal, sinto ser meu dever moral e obrigação política dirigir-vos uma mensagem profunda e sentida, como se a todos conseguisse falar pessoalmente. Ler mais

terça-feira, 2 de outubro de 2012

A Cantina do Sr. Costa



Já há muito que aquela desconhecida terra deixara de nos parecer estranha. Habituáramo-nos a viver ali. Não foi nem fácil, nem difícil; tinha de ser, não havia outra solução e quando algo tem um caracter tão definitivo, o melhor que há a fazer é procurar tirar proveito de tudo o que possa contribuir para que o nosso dia dia-a-dia pareça o menos miserável possível. Desde logo, vivendo um dia de cada vez, não pensando muito no amanhã e mantendo a confiança de que, um dia, outros nos viriam render. Até lá, não valia a pena pensar no assunto. 
Lar Mais

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Jornal Público - Um terço é para morrer. Não é que tenhamos gosto em matá-los, mas a verdade é que não há alternativa.

Jornal Público - Um terço é para morrer. Não é que tenhamos gosto em matá-los, mas a verdade é que não há alternativa.:

José Vítor Malheiros - Jornal Público - 11/09/2012
*O sonho de Pedro Passos Coelho*
«"Um terço é para morrer. Não é que tenhamos gosto em matá-los, mas a verdade é que não há alternativa. se não damos cabo deles, acabam por nos arrastar com eles para o fundo. E de facto não os vamos matar-matar, aquilo que se chama matar, como faziam os nazis. Se quiséssemos matá-los mesmo era por aí um clamor que Deus me livre. Há gente muito piegas, que não percebe que as decisões duras são para tomar, custe o que custar e que, se nos livrarmos de um terço, os outros vão ficar melhor. É por isso que nós não os vamos matar. Eles é que vão morrendo. Basta que a mortalidade aumente um bocadinho mais que nos outros grupos. E as estatísticas já mostram isso. O Mota Soares está a fazer bem o seu trabalho. Sempre com aquela cara de anjo, sem nunca se desmanchar. Não são os tipos da saúde pública que costumam dizer que a pobreza é a coisa que mais mal faz à saúde? Eles lá sabem. Por isso, joga tudo a nosso favor. A tendência já mostra isso e o que é importante é a tendência. Como eles adoecem mais, é só ir dificultando cada vez mais o acesso aos tratamentos. A natureza faz o resto. O Paulo Macedo também faz o que pode. Não é genocídio, é estatística. Um dia lá chegaremos, o que é importante é que estamos no caminho certo. Não há dinheiro para tratar toda a gente e é preciso fazer escolhas. E as escolhas implicam sempre sacrifícios. Só podemos salvar alguns e devemos salvar aqueles que são mais úteis à sociedade, os que geram riqueza. Não pode haver uns tipos que só têm direitos e não contribuem com nada, que não têm deveres.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

A bandeira do mar e do céu

A bandeira do mar e do céu:
Genoveva Mayer Ulrich, que usou o pseudónimo literário e mundano de Veva de Lima, mãe da educadora Maria Ulrich, presenciou em Dezembro de 1918 os festejos parisienses do fim da primeira guerra mundial. Do seu relato, publicado meses depois, num jornal de Lisboa, que permanece esquecido, reproduz-se um excerto que diz tudo sobre a emoção da autora ao avistar a mais linda bandeira nessa festa «quadro de epopeia».

                                                                                                     Vasco Rosa

Paris! — mirífico espectáculo! Nunca essa linda jóia citadina revestiu, nestas horas rápidas, mais fulgor na sua face explendente para esconder no mais profundo dos seus antros a miséria e a ruína que a devoram.
  Onze nações consteladas de fardas imortais espalham os seus exércitos em farândola gentil, como um espargir de flores que se desprendem pelo coração da França, pelas ruas de Paris. E nesse burburinho fantástico de idiomas infinitos, os mil fardamentos de todas as terras enxameiam com a sua mancha de sugestões épicas na multidão monstruosa que a rodeia. Paris, por momentos, parece estalar no apertão titânico do seu movimento, comparável a um areal monstro que se fosse engolfar na concha delicada de um rochedo.
[…]
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quarta-feira, 19 de setembro de 2012

OU DAMOS CONTA DOS PARTIDOS OU OS PARTIDOS DESTROEM PORTUGAL!

Temos mais um interessante e corajoso artigo do Ten-Cor. Brandão Ferreira cuja leitura recomendo vivamente. 

Para os mais apressados não deixem de ler e meditar na passagem que transcrevo a seguir e que se refere à génese do inglorioso, nefasto e vergonhoso golpe do 25 de Abril de 1974 que destruiu a Pátria e nossa Nação multisecular, pluriétnica e pluricontinental
«Chegámos a 1974 e uma pequena parte do Exército, entendeu, por razões que ainda não foram devidamente assumidas, fazer um golpe de estado. Ao contrário dos seus camaradas de 1926, não se percebeu muito bem o que possam alegar como justificação.
Todos os órgãos do estado funcionavam em pleno; não havia crise financeira nem económica; a ordem imperava nas ruas e nos lares.
A Nação encontrava-se em guerra e batia-se no seu melhor ia para 13 anos e não se pode admitir que profissionais do quadro permanente aleguem, porventura, estarem cansados de fazer a guerra.» 
Rui Moio

OU DAMOS CONTA DOS PARTIDOS OU OS PARTIDOS DESTROEM PORTUGAL!:
Este artigo foi publicado em 8 de Novembro de 2005, apesar da acção nefasta dos actuais Partidos, se fazer sentir hà muito. Presumo que agora já seja mais fácil perceber porquê.
As pessoas, por norma, indignam-se tarde e a más horas e nem sempre pelas melhores razões. E, por norma, também, os diferentes escalões hierárquicos teimam em fingir que não vêem/não entendem, e porfiam em atacar efeitos e não causas. Faz parte da natureza humana.
Não aprender nada, não faz parte da natureza humana".
Brandão Ferreira

“ho que cumpria aho bom governo”
D. Manuel I
Frase, que segundo Damião de Góis, o Rei teria proferido após ter reconhecido a Janes Mendes Cicioso, burguês de Évora, depois de este ser ouvido uma justificação do seu protesto contra um imposto real.
Não só lhe deu razão, como o louvou apontando-o como exemplo dos homens que pretendia ter junto de si, de modo a dizerem-lhe “...”
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Fonte: Blogue Adamastror, post de 19Set2012, post do Ten-Cor Brandão Ferreira

domingo, 16 de setembro de 2012

Que fazer? (O Pensamento de Salazar)


Arrancar o poder das mãos das clientelas dos partidos, pôr acima de todos os interesses o interesse de todos, o interesse nacional, tornar o Estado inacessível à conquista pelas minorias ousadas e mantê-lo em contacto permanente com as necessidades e as aspirações do país, organizar a nação de cima para baixo, com as várias manifestações da vida colectiva, desde a família até aos corpos administrativos e às corporações morais e económicas, e integrar esse todo no Estado, que se tornará assim a sua viva expressão, isto é, tornar real a soberania nacional.
António de Oliveira Salazar in «Salazar e a Revolução em Portugal» de Mircea Eliade.

Fonte: Blogue "Acção Integral, post de 14Sent2012.