quarta-feira, 28 de novembro de 2012

A História repete-se


As pessoas moram em gaiolas para coelhos a preços exorbitantes. Já não se pode circular nas ruas. Quando penso em que é que Roma se tornou, fujo para longe. Os milhões que ganham os promotores. Vindos dos quatro cantos do Mediterrâneo, ei-los que adquirem as melhores casas para delas se apoderarem.
Desprezam os nossos gostos e valores; o mau gosto torna-se sinónimo de requinte, o idiota passa por genial, cantores medíocres são vistos como estrelas. Já não há em Roma mais lugar para um bravo Romano. Na rua os estrangeiros agridem-nos. E, depois, ainda por cima, são eles que te acusam e levam-te a tribunal.
Onde estão os ritos antigos? A religião é publicamente vilipendiada. Quem teria ousado, outrora, fazer troça do culto dos deuses? Não nos devemos surpreender que a desonestidade seja geral. Já ninguém tem palavra, porque todos perderam a fé. Mesmo os crentes já não crêem na virtude. Outrora, um desonesto era algo incrível. E agora, um tipo verdadeiramente íntegro é visto como um prodígio.

Juvenal in «Sátiras», século I d.C.
Fonte: Blogue "Acção Integral",post de 22Nov2012.

sábado, 24 de novembro de 2012

Guiné 63/74 - P6448: Notas de leitura (111): Rumo a Fulacunda, de Rui Alexan...

Beja Santos fala aqui do Rui Alexandrino e apresenta uma fotografia do autor do "Rumo a Fulacunda" do tempo em que esteve na Guiné. Gostei muito de ver este artigo. No final do artigo o Beja Santos escreve: 
"Estou convicto que ele irá aproveitar a oportunidade para eliminar referências e críticas desajustadas e seguramente desnecessárias para o objectivo em causa: o dever de memória do combatente." 

Parece-me que Beja Santos se refere a relatos sobre conflitos entre militares relatados pelo Rui Alexandrino!?... e aconselha-o a que não faça no seu próximo livro. Mas eu não me lembro de ter lido no "Rumo a Fulacunda" alguma crítica a colegas militares.

Rui Moio


1. Mensagem do nosso Camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil At Inf, Comandante do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 17 de Maio de 2010:

Luís,
Li os teus comentários sobre as guloseimas de Bambadinca. Seria bem interessante que se desencadeasse aí uma tempestade de recordações à volta da mesa, não os acepipes de Bissau mas os desenrascanços das gazelas de mato e peixe da bolanha, bem como os cantineiros que ainda conhecemos e que nos ajudaram a levantar a moral da muita comida sorumbática a que éramos obrigados.
Quase me sinto a entrar na loja do Rendeiro (o concorrente do José Maria de Bambadinca) onde eu encomendava o caldo de mancarra à subida da rampa, para todo o contingente que me acompanhava, naquele dia.
Estou convencido que ainda vamos fazer um livro de recordações gastronómicas...

Um abraço do
Mário


O privilégio de ter combatido com grandes amigos de hoje

Beja Santos


Em 6 de Março de 2008, aquando do lançamento do primeiro livro sobre a minha comissão na Guiné, na Sociedade de Geografia de Lisboa, recebi, com uma tocante dedicatória, "Rumo a Fulacunda", que o Rui Alexandrino Ferreira me entregou depois de me ter abraçado. Como trabalho por objectivos, e é muito difícil sair de disciplina auto-imposta, reservei a oportunidade de o ler quando me lançasse na empreitada desde demencial inventário que ninguém me pediu. Chegou o momento azado, eis as minhas impressões.


Primeiro, desvanece ver alguém que reteve, com carinho, boas memórias dos seus camaradas do grupo de combate a que esteve associado na CCaç 1420. Ilustro com o que ele escreveu sobre o soldado António Pacheco Sampaio:

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

"Um homem chega e assume a personagem. (...)



Com a morte de Ruy Duarte de Carvalho, no passado dia 12, Angola perde uma das suas maiores referências culturais.

"Um homem vem ardendo na sua segurança e depois semeia estrelas por aí.
Traz mãos pendentes onde o sangue aflui e punhos brancos de ostensiva fé. Mal suporta a claridade de um primeiro olhar. Ocorre-lhe de súbito o peso dos testículos, a densidade líquida das mãos, uma urgência antiga de projectar-se erecto. Um homem traz consigo um rosto opaco que a surpresa urdiu, o véu esculpido da certeza oculta, preserva no sorriso a segurança nata e oferece, no olhar, uma estação de cereal maduro.
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sábado, 17 de novembro de 2012

M237 - Manuel Godinho Rebocho -“AS ELITES MILITARES E AS GUERRAS D’ÁFRICA”, ...

Continuação das mensagens M234, M235 e M236

Manuel Godinho Rebocho2º Sargento Pára-Quedista da CCP123/BCP12 (Companhia de Caçadores Pára-quedistas 123 do Batalhão Caçadores Pára-quedistas 12)
Bissalanca/Guiné
1972 a 1974
O Dr. Manuel Godinho Rebocho é hoje Sargento-Mor na reserva e foi 2º Sargento Pára-Quedista da CCP123/BCP12, Bissalanca, 1972/74, escreveu um excelente livro "AS ELITES MILITARES E AS GUERRAS D'ÁFRICA", sobre as suas guerras em África (uma comissão em Angola e outra na Guiné combatendo por Portugal) e a sua análise ao longo dos últimos anos, de que resultou esta tese do seu doutoramento.

Nesta mensagem continua-se a publicação de alguns extractos do seu livro, já iniciadas nas mensagens M234, M235 e M236:

III – A GUERRA DE ÁFRICA E O DESEMPENHO DAS ELITES MILITARES
(continuação)
3 – O SISTEMA DE FORÇAS: AS FORÇAS DE QUADRÍCULA E AS FORÇAS DE ELITE; TROPAS DE REFORÇO E TROPAS NATIVAS

Os efectivos militares combatentes podem ser considerados segundo o tipo de actuação: de quadrícula e de intervenção ou de elite, e segundo a sua origem: de reforço, designação atribuída às tropas metropolitanas e nativas. Ambos os tipos de actuação integravam forças de reforço e nativas. Vejamos as características principais de cada um desses efectivos militares. Ler mais

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

M236 - Manuel Godinho Rebocho -“AS ELITES MILITARES E AS GUERRAS D’ÁFRICA”, ...

Continuação das mensagens M234 e M235

Manuel Godinho Rebocho
2º Sargento Pára-Quedista da CCP123/BCP12 (Companhia de Caçadores Pára-quedistas 123 do Batalhão Caçadores Pára-quedistas 12)Bissalanca/Guiné
1972 a 1974

O Dr. Manuel Godinho Rebocho é hoje Sargento-Mor na reserva e foi 2º Sargento Pára-Quedista da CCP123/BCP12, Bissalanca, 1972/74, escreveu um excelente livro "AS ELITES MILITARES E AS GUERRAS D'ÁFRICA", sobre as suas guerras em África (uma comissão em Angola e outra na Guiné combatendo por Portugal) e a sua análise ao longo dos últimos anos, de que resultou esta tese do seu doutoramento.

Nesta mensagem continua-se a publicação de alguns extractos do seu livro, já iniciadas nas mensagens M234 e M235:

III – A GUERRA DE ÁFRICA E O DESEMPENHO DAS ELITES MILITARES
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sábado, 10 de novembro de 2012

M235 - Manuel Godinho Rebocho -“AS ELITES MILITARES E AS GUERRAS D’ÁFRICA”, ...

Continuação da mensagem M234

Manuel Godinho Rebocho
2º Sargento Pára-Quedista da CCP123/BCP12 (Companhia de Caçadores Pára-quedistas 123 do Batalhão Caçadores Pára-quedistas 12)
Bissalanca/Guiné1972 a 1974


O Dr. Manuel Godinho Rebocho é hoje Sargento-Mor na reserva e foi 2º Sargento Pára-Quedista da CCP123/BCP12, Bissalanca, 1972/74, escreveu um excelente livro "AS ELITES MILITARES E AS GUERRAS D'ÁFRICA", sobre as suas guerras em África (uma comissão em Angola e outra na Guiné combatendo por Portugal) e a sua análise ao longo dos anos.

Nesta mensagem continua-se a publicação de alguns extractos do seu livro, já iniciada na mensagem M234 :

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

UM COMPANHEIRO DE VALOR

foto: internet

Os livros são os mais silenciosos e constantes amigos;
os mais acessíveis e sábios conselheiros;
e os mais pacientes professores.

Charles W. Elliot
(Boston - Estados Unidos 1834-1926 Northeast Harbor-Estados Unidos)

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Repor a verdade (artigo de Pedro Lomba - publicado no Jornal Público de 06Nov2012)

Nota

Pedro Lomba rectifica uma declaração errada prestada pelo Embaixador de Israel em Portugal aquando a intervenção deste na Conferência História e Holocausto que se realizou na fundação Gulbenkian nos dias  29 e 30 de Outubro de 2012.
Rui Moio

* Realmente algém que tem apelido de obediência maçónica não augura nada de bom...

Fonte: Blogue "Reverentia", post de 06Nov2012. In Jornal Público de 6Nov2012

sábado, 3 de novembro de 2012

O grupo de homens que se associou para matar um rapaz



Realiza-se no próximo dia 1 de Fevereiro pelas 19 horas na Igreja da Encarnação - por impossibilidade de se poder realizar na Igreja de S. Vicente de Fora, devido a obras - a missa pelas almas de SMF o Rei Dom Carlos e Príncipe Real Dom Luís Filipe. A melhor definição dada a essa trágica jornada de 1 de Fevereiro de 1908 recebeu a assinatura de Ramalho Ortigão e encontra-se nas chamadas Farpas Anti-Republicanas.

Para Ramalho, o regicídio - ou antes, magnicídio, pois pretendia matar por atacado uma família, mais o primeiro-ministro - tratou-se da associação de um punhado de homens (mandantes, pagantes e executantes) que se reuniram com o declarado propósito de matar um rapaz. Foi essa matilha de celerados e criminosos que a república elevou ao panteão dos cidadãos exemplares, manchando-se para todo o sempre.

Fonte: Blogue "Combustões", post de 19Fev2011.