via Sopas de Pedra de A. M. Galopim de Carvalho em 06/07/09
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Um outro factor interfere na referida força de atracção, e esse factor é a densidade das rochas do subsolo onde se proceda à pesagem de um corpo. Quanto mais densas forem essas rochas, maior é a força da gravidade. Assim, no mar, longe os continentes, um mesmo corpo pesa mais do que em terra, uma vez que a crosta oceânica, basáltica, é mais densa (2,9) do que a crosta continental (2,7), essencialmente granítica. Há, pois, uma relação estreita entre as anomalias da gravidade e o equilíbrio isostático.
Os gravímetros são aparelhos de alta precisão com capacidade para medir o valor da aceleração da gravidade em qualquer lugar, em terra ou no mar. A sua grande sensibilidade põe em evidência variações mínimas daqueles valores, em função da latitude, da altitude e da natureza geológica dos locais onde são instalados.
Através de cálculos matemáticos podemos sempre determinar o valor da aceleração da gravidade em qualquer ponto da superfície da Terra. Os valores medidos com o gravímetro necessitam de ser referidos à superfície do geóide e corrigidos de interferências de natureza geológica, a fim de serem comparados com os valores calculados. Verifica-se, então, que, em geral, os valores medidos e corrigidos não coincidem com os valores calculados matematicamente. A diferença entre estes dois resultados é entendida como uma anomalia da gravidade, passível de interpretação geológica. Consideram-se anomalias negativas quando o valor calculado supera o valor medido, e positivas na situação contrária. Nos continentes, as anomalias da gravidade são negativas e aumentam em valor absoluto nas regiões montanhosas, onde a crosta continental (menos densa) é mais espessa. Nos oceanos as anomalias são positivas e variam em função da estrutura do respectivo substrato.
«DN» de 3 de Junho de 2009
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