via Sopas de Pedra by A. M. Galopim de Carvalho on 4/11/10
COM EXCEPÇÃO dos poucos minerais resultantes da actividade de alguns seres vivos, como são, por exemplo, a calcite e o quartzo de muitas rochas sedimentares, a imensa maioria teve origem muito antes da aparição da vida sobre a Terra. Formados durante a diferenciação do planeta e alguns, ainda mais velhos, do tempo do nascimento do Sistema Solar, há 4570 milhões de anos, os minerais já aqui estavam, como que à nossa espera. Coube ao génio humano o mérito de os descobrir e de lhes dar utilidade.
Se recuarmos aos primórdios da Humanidade, vemos os nossos antepassados em busca do sílex, um material quase exclusivamente formado por quartzo microcristalino. Muito duro e fácil de lascar, na obtenção de pontas e arestas cortantes, esta rocha constituiu uma das primeiras matérias-primas minerais com que estes nossos avós "fabricaram" machados, facas, pontas de seta e outros utensílios que marcaram o começo das civilizações. Vemo-los ainda recolher o ocre vermelho (hematite), o ocre amarelo (limonite) e outros minerais corados que usaram nas pinturas rupestres que nos deixaram em Lascaux e Altamira. Vamos observá-los a minerar o ouro, o cobre (na calcopirite) e o estanho (na cassiterite) que souberam caldear em bronze. Observamo-los, depois, a produzir ferro a partir dos seus óxidos naturais, como a hematite e a magnetite. Vemo-los a utilizar a argila na feitura de cerâmicas e, mais tarde ainda, a transformar a areia de quartzo em vidro. De então para cá, os minerais fazem parte da vida do Homem, na escolha dos locais onde se instalaram, no artesanato e, mais tarde, na indústria, no comércio e, até, na guerra.
Muitos minerais assumem formas cristalinas, cores e brilhos que lhes conferem enorme beleza, sendo alvo de grande interesse por parte de museus e coleccionadores. Um tal interesse, desenvolvido, sobretudo, a partir do século XVIII, tem vindo, nas últimas décadas, a assegurar uma actividade especializada de oferta e procura, à escala mundial, que chegou ao nosso país em 1989, com a primeira Feira de Minerais, Gemas e Fósseis, realizada no Museu Nacional de História Natural, a caminho da sua 24ª edição.
Entre as mais de 3500 espécies minerais conhecidas, umas são curiosidades com interesse científico, outras são comuns, abundantes e até banais na nossa relação diária com a Natureza. Entre elas, algumas têm hoje grande valor económico como matérias-primas essenciais à sociedade. São os minérios de ferro, de cobre, de alumínio, de tungsténio (volfrâmio), de enxofre, de arsénio, entre os muitos que exploramos. Desde o machado de sílex das civilizações mais primitivas, às modernas tecnologias, o Homem não deixou de procurar, conhecer, explorar e utilizar os minerais. É dos minerais que se extraem os metais e se fabricam numerosos tipos de ligas metálicas. Metais e ligas metálicas estão nas nossas casas, nos talheres, no filamento das lâmpadas e nos cabos eléctricos, no frigorífico, no fogão, no forno de microondas, no rádio, no telefone e na televisão, no computador e no automóvel, nas ferramentas, nas agulhas de coser, na joalharia, etc., etc.
Outros produtos essenciais à civilização têm nos minerais a única fonte. Basta que citemos a cal, o cimento e o gesso, as cantarias, as calçadas e as britas, os vidros, as faianças e as porcelanas, sem esquecer o cloreto de sódio, o ácido sulfúrico, os boratos, os fosfatos e os nitratos. Nos minerais assentam ainda indústrias como as do papel, dos plásticos e das borrachas, das tintas, dos fertilizantes, dos detergentes e sabões, dos medicamentos e dos cosméticos. Pode, pois, afirmar-se, sem receio de faltar à verdade, que os minerais constituem as matérias-primas basilares da civilização, desde a Pré-história aos dias de hoje.
Se recuarmos aos primórdios da Humanidade, vemos os nossos antepassados em busca do sílex, um material quase exclusivamente formado por quartzo microcristalino. Muito duro e fácil de lascar, na obtenção de pontas e arestas cortantes, esta rocha constituiu uma das primeiras matérias-primas minerais com que estes nossos avós "fabricaram" machados, facas, pontas de seta e outros utensílios que marcaram o começo das civilizações. Vemo-los ainda recolher o ocre vermelho (hematite), o ocre amarelo (limonite) e outros minerais corados que usaram nas pinturas rupestres que nos deixaram em Lascaux e Altamira. Vamos observá-los a minerar o ouro, o cobre (na calcopirite) e o estanho (na cassiterite) que souberam caldear em bronze. Observamo-los, depois, a produzir ferro a partir dos seus óxidos naturais, como a hematite e a magnetite. Vemo-los a utilizar a argila na feitura de cerâmicas e, mais tarde ainda, a transformar a areia de quartzo em vidro. De então para cá, os minerais fazem parte da vida do Homem, na escolha dos locais onde se instalaram, no artesanato e, mais tarde, na indústria, no comércio e, até, na guerra.
Muitos minerais assumem formas cristalinas, cores e brilhos que lhes conferem enorme beleza, sendo alvo de grande interesse por parte de museus e coleccionadores. Um tal interesse, desenvolvido, sobretudo, a partir do século XVIII, tem vindo, nas últimas décadas, a assegurar uma actividade especializada de oferta e procura, à escala mundial, que chegou ao nosso país em 1989, com a primeira Feira de Minerais, Gemas e Fósseis, realizada no Museu Nacional de História Natural, a caminho da sua 24ª edição.
Entre as mais de 3500 espécies minerais conhecidas, umas são curiosidades com interesse científico, outras são comuns, abundantes e até banais na nossa relação diária com a Natureza. Entre elas, algumas têm hoje grande valor económico como matérias-primas essenciais à sociedade. São os minérios de ferro, de cobre, de alumínio, de tungsténio (volfrâmio), de enxofre, de arsénio, entre os muitos que exploramos. Desde o machado de sílex das civilizações mais primitivas, às modernas tecnologias, o Homem não deixou de procurar, conhecer, explorar e utilizar os minerais. É dos minerais que se extraem os metais e se fabricam numerosos tipos de ligas metálicas. Metais e ligas metálicas estão nas nossas casas, nos talheres, no filamento das lâmpadas e nos cabos eléctricos, no frigorífico, no fogão, no forno de microondas, no rádio, no telefone e na televisão, no computador e no automóvel, nas ferramentas, nas agulhas de coser, na joalharia, etc., etc.
Outros produtos essenciais à civilização têm nos minerais a única fonte. Basta que citemos a cal, o cimento e o gesso, as cantarias, as calçadas e as britas, os vidros, as faianças e as porcelanas, sem esquecer o cloreto de sódio, o ácido sulfúrico, os boratos, os fosfatos e os nitratos. Nos minerais assentam ainda indústrias como as do papel, dos plásticos e das borrachas, das tintas, dos fertilizantes, dos detergentes e sabões, dos medicamentos e dos cosméticos. Pode, pois, afirmar-se, sem receio de faltar à verdade, que os minerais constituem as matérias-primas basilares da civilização, desde a Pré-história aos dias de hoje.
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