quarta-feira, 18 de junho de 2008

Uma visão (lúcida) da história, do país e do mundo...

via NOVA ÁGUIA de Direcção: Paulo Borges, Celeste Natário e Renato Epifânio em 18/06/08
- "Com as descolonizações, os povos criaram uma memória nacional por oposição aos colonizadores. Criou-se a ideia de que a expansão fora algo infamante, exigindo-se mesmo assunções de culpa. Ora, em meu entender, isso é tão disparatado como a glorificação desses colonizadores. Os processos históricos têm dinâmicas próprias e há que pô-las no respectivo contexto".

- "Penso que os políticos são sobretudo ignorantes. Eles próprios não receberam formação cultural e resistem a ela como a qualquer coisa que não se domina. O que é deliberada é a decisão de que tudo o que importa é o lucro. O ataque à cultura assume assume, aliás, várias formas: uma delas é querer submeter os países da Europa a uma única língua (o Inglês) em detrimento das línguas nacionais. No nosso país há já escolas superiores em que se dão aulas em Inglês e em que os professores, quando reunidos, usam esta língua. A União Europeia, na sua génese, tinha como objectivo, o respeito pela diversidade e pelas especeficidades nacionais. Por outro lado, hoje é a Economia que dita a agenda da inestigação científica."

- "Os programas de História do Ensino Secundário são perfeitas aberrações. Não há sentido do que é a História e de como ela deve pôr problemas não só sobre o passado mas também sobre o homem de hoje. Prefere falar-se em conceitos, o que está totalmente errado (...). Por outro lado, os jovens são despropositadamente infantilizados. Evita-se tudo o que seja esforço (...).".

Excertos de uma entrevista a Vitorino Magalhães Godinho (JL, 18.06.2008, pp. 12-14)

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