quinta-feira, 5 de junho de 2008

Viagens de Pêro da Covilhã (VIII)

Enviado para você por Rui Moio através do Google Reader:

via Carreira da Índia de Leonel Vicente em 04/06/08

Tem-se dito geralmente, que a responsabilidade da transferência do Preste João da Ásia para a África pertence aos portugueses, e em primeiro lugar a Pêro da Covilhã. Alguns eruditos não lhe levaram mesmo muito a bem a sua intervenção; e Ludolf, por exemplo, adverte com dureza, que ele se enganou, julgando encontrar na África o que devia procurar na Ásia, porque era ignorante e rude em história e geografia. É necessário distinguir. Se se trata de quem fixou definitivamente no consenso geral, no que hoje chamaríamos a opinião pública, a identidade do Preste João com o Negus da Abissínia, a responsabilidade pertence sem dúvida aos portugueses, e primeiramente a Pêro da Covilhã, e essa responsabilidade não é grave, visto como o antigo Preste asiático se esvaira em fumo. Se se trata, porém, da ideia em si, o caso, muda de figura, porque a ideia é muito mais antiga. […] A situação geográfica do Preste João permanecia, pois, extremamente vaga, e unicamente podemos afirmar que muitos pensaram já em o colocar nas terras da África, antes da viagem de Pêro da Covilhã. É certo, no entanto, que estas notícias do começo do século XV, sobretudo as que alargavam os domínios do Preste João para ocidente até às praias africanas do Atlântico, é certo, digo, que estas notícias deviam exercer uma grande influência no ânimo dos portugueses, que justamente iam entrar em cena.

"Viagens de Pêro da Covilhã", Conde Ficalho, ed. Viagens Alma Azul, Outubro 2004

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